Pesquisadores destacam importância de Arquivo Público para preservação da memória sergipana

Por Agência Sergipe de Notícias 29/01/2019 09h23
Pesquisadores destacam importância de Arquivo Público para preservação da memória sergipana

Fonte primordial para pesquisadores, alunos e professores, o Arquivo Público do Estado de Sergipe (Apes) é o maior arquivo de Sergipe e traz em seu acervo peças imprescindíveis para constituição da história sergipana, que vão desde o século XVIII ao XX. A reinauguração do Apes aconteceu nesta segunda-feira (28), em solenidade coordenada pelo governador Belivaldo Chagas.

Além de guardar e preservar um patrimônio documental histórico, o arquivo público garante livre acesso a toda a população. O local tem alimentado pesquisas, entre monografias de conclusão de curso, dissertação de mestrado, teses de doutorado, dentro e fora do estado, e até pesquisas de estudiosos de outros países. É um espaço para estudantes e pesquisadores como pontua a doutora em História e professora universitária, Edna Maria. 

“Eu tive alguns alunos de iniciação científica aos quais eu pedi um levantamento sobre o poder legislativo, no qual paramos no ano de 1850. A ideia era fazer uma história do poder legislativo a partir das fontes do arquivo público. Utilizamos muitas correspondências, ofícios, avisos, relatórios das câmaras, atas dos conselhos de província, documentações administrativas entre outros. Efetivamente, o Arquivo é um lugar que tem muita importância pela riqueza do acervo guardado”, explicou Edna.

Apesar de constituir um verdadeiro manancial de documentos que vão desde o período colonial até as décadas mais modernas, boa parte do acervo ainda é desconhecida. Para o professor de História Econômica da Universidade Federal de Sergipe, Carlos Malaquias, a revitalização poderá atrair novas descobertas. 

“Vale lembrar que metade do acervo, que é enorme, não é conhecido. A produção de instrumentos de pesquisa, ou seja, catálogos, vai orientar novos interessados e pesquisadores e, também, trazer à luz os documentos, as muitas informações que são desconhecidas. Talvez essa seja uma política interessante para ajudar na preservação porque é exatamente no uso que o acervo ganha vida. A produção de instrumentos de pesquisa vai ajudar a divulgar a riqueza desse acervo e atrair mais pesquisadores”, pontou Malaquias.

Segundo o diretor do Arquivo Público de Sergipe, Milton Barbosa, a reforma demonstra a preocupação do governo do Estado com as gerações futuras. “O Arquivo Público abriga toda a documentação referente, por exemplo, à educação. Então, tudo que você imaginar sobre educação no estado de Sergipe, desde 1808 para cá, tem sido guardado dentro desse prédio. A reforma irá contribuir para o melhor armazenamento do acervo. Para se ter uma ideia, o Arquivo Público possui uma escritura de compra e venda de uma propriedade rural de 1673.  Além disso, temos a coleção do pesquisador Sebrão Sobrinho digitalizada na íntegra, do jurista Gumercindo Bessa, de documentos do poeta Freire Ribeiro e do pesquisador e historiador Epifânio Dória entre outros”, disse.

Ainda segundo Milton, a reforma possibilita a preservação de um dos poucos prédios em Sergipe que trazem características arquitetônicas da Arte Déco. “O prédio do Arquivo Público traz uma beleza arquitetônica antiga, além de dialogar com um todo um complexo histórico do Centro de Aracaju, que compõe a Praça Fausto Cardoso, o Palácio Museu Olímpio Campos entre outros prédios”, enfatizou.
 

Sobre o Arquivo Público

O Arquivo Público de Sergipe (Apes) tem sua origem na Seção de Arquivo da Biblioteca Pública Provincial, criada em 1848. No Governo de Maurício Graccho Cardoso, em 1923, foi criado o Arquivo Público do Estado. Em 1926, o Arquivo volta à condição de Seção da Biblioteca Pública, mantendo-se nesta situação até 1945.

O imóvel que hoje abriga o Arquivo Público, o Palácio Carvalho Neto, foi construído 1936 para abrigar a Biblioteca Pública e a secção do Arquivo Público. Em 1947, o Arquivo Público muda-se para o imóvel que hoje sedia a Escola do Legislativo (antiga Assembleia Legislativa). A situação permaneceu até 1974, quando foi construído um novo prédio para a Biblioteca Epifânio Dória, no bairro 13 de julho. A Biblioteca mudou-se e o Arquivo Público passou a ocupar sozinho o Palácio Carvalho Neto.

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