Laudo pericial do caso Genivaldo é concluído e confirma a causa da morte por asfixia
Genivaldo morreu logo nos primeiros momentos da abordagem, por asfixia mecânica decorrente da ação de um agente químico
O laudo pericial do caso Genivaldo, que investigava a causa da morte da vítima, foi concluído pelo Instituto Médico Legal (IML), na manhã desta sexta-feira (2).
Vitor Barros, diretor do IML, confirmou que Genivaldo morreu por asfixia mecânica, decorrente da ação de um agente químico.
"Após a análise de três laudos, constatamos a morte por asfixia mecânica causada pela obliteração total das vias aéreas, o que fez com que o indivíduo não pudesse realizar a troca entre oxigênio e gás carbônico, vindo a falecer. Foi constatado, também, que a árvore brônquica dele apresentava reação inflamatória intensa, o que causou a obliteração", explicou o diretor.
Nomes de policiais envolvidos em abordagem que vitimou Genivaldo são divulgados
Ainda de acordo com Vitor, foi comprovado que não houve inalação de monóxido de carbono, podendo-se afirmar que Genivaldo morreu logo nos primeiros momentos da abordagem, e não pela combustão do gás.
Informações exclusivas também foram concedidas pelo perito criminal, Ricardo Leal, que investigou as possíveis substâncias presentes no corpo de Genivaldo, a partir de um exame toxicológico.
"Nós investigamos se Genivaldo estava sob efeito de álcool, considerando que ele foi parado em uma blitz de trânsito, mas ele não estava. Investigamos também se ele estava utilizando drogas ou medicamentos e verificamos apenas quetiapina, um remédio antipsicótico, em uma quantidade dentro da faixa terapêutica", detalhou Ricardo.
Ainda segundo Vitor, a participação do IML no caso se encerra com a conclusão do laudo, que será encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que as devidas medidas sejam tomadas.
Em nota, o MPF informou que recebeu cópia dos laudos periciais e o original foi encaminhado para a Polícia Federal (PF), que é quem preside o inquérito. Já a PF disse que só irá se pronunciar no final das investigações.
Relembre o caso
Em maio deste ano, Genivaldo de Jesus Santos, que tinha problemas mentais e esquizofrenia, morreu após abordagem realizada pela Polícia Rodoviária Federal, em Umbaúba. Imagens circularam pela internet e veículos de imprensa do momento exato da ação, em que policiais imobilizaram Genivaldo e o prenderam dentro da viatura. Com mãos e pés amarrados, o homem foi colocado dentro do porta-malas da viatura. Lá, foi liberado gás lacrimogêneo que provocou a morte de Genivaldo, por asfixia mecânica e insuficiência respiratória.
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