Dois anos sem Genivaldo e a espera da família pelo júri popular

Genivaldo de Jesus Santos foi morto durante uma abordagem da PRF, no dia 25 de maio de 2022, em Umbaúba (SE)

Por Redação Portal A8SE 25/05/2024 09h45
Dois anos sem Genivaldo e a espera da família pelo júri popular
Foto: Genivaldo de Jesus Santos, morto em uma abordagem policial da PRF em Umbaúba (SE)

Neste sábado (25), completa-se mais um ano do assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, um homem negro de 38 anos que foi morto por três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Umbaúba, sul de Sergipe.

São dois anos de aflição para os familiares de Genivaldo, que ainda aguardam a realização do júri popular para a condenação dos réus de forma definitiva.

“Vivo sofrendo sem ter resposta. Já era para ter tido o júri e ainda não teve. Estamos aqui sem dormir, preocupados e sentindo muito a falta dele, muita saudade”, relatou Maria Vicente de Jesus, mãe de Genivaldo.

O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) já deferiu o pedido do júri e a defesa solicitou um recurso, que foi negado. No entanto, o processo ainda está suscetível a novas solicitações das partes no tribunal.

No dia 25 de maio de 2022, Genivaldo foi parado pela PRF na BR-101, em Umbaúba, por estar pilotando uma motocicleta sem capacete. Os policiais o imobilizaram, amarraram as mãos e os pés dele e o colocaram dentro do porta-malas da viatura, onde foram liberados gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

Uma câmara de gás improvisada foi o que provocou a morte de Genivaldo por asfixia mecânica e insuficiência respiratória, como apontou o Instituto Médico Legal (IML).

“Não temos mais paz depois daquilo, eu trabalho em frente ao local dessa tragédia e todos os dias passa um filme na minha cabeça. Estamos todos desgastados físico e mentalmente”, desabafou Alisson de Jesus, sobrinho de Genivaldo.

O caso ocorreu exatamente dois anos após a morte de George Floyd, homem negro que também foi assassinado por policiais durante uma abordagem, nos Estados Unidos. As duas mortes parecem distintas, mas carregam a mesma dor e revolta de proporção internacional.

Os três policiais envolvidos foram presos, estão detidos no Presídio Militar (Presmil) e afirmaram que não tinham intenção de matar Genivaldo. Eles disseram que achavam que a vítima não chegaria à morte.

“Estamos na fase do júri do pronunciamento e a família tem ciência que ainda vai haver uma nova audiência, um novo desgaste e os irmãos que presenciaram o fato vão ser ouvidos novamente, inclusive. Então, sim, todos ainda estão na angústia de um desfecho”, disse Lucas Alves, um dos advogados da família de Genivaldo.

Além da saudade, Genivaldo deixou para trás um filho. Uma criança que tinha um pai presente, carinhoso e que não deixava nada faltar em casa, segundo a mãe Maria Fabiana dos Santos.

"Tem sido dois anos muito difíceis, um vazio que se instalou em nossas vidas. Principalmente na vida do meu filho, que hoje já está com nove anos e ainda chama pelo pai“, lamentou Fabiana.

Confira abaixo a reportagem especial completa, exibida no Cidade Alerta Sergipe:

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