Casal de pastores é condenado na esfera trabalhista por exploração de jovens em Aracaju

Condenação por trabalho análogo à escravidão inclui R$ 1 milhão por dano moral coletivo

Por Redação do Portal A8SE 02/10/2025 18h11
Casal de pastores é condenado na esfera trabalhista por exploração de jovens em Aracaju
Foto: reprodução

O casal de pastores que está sendo julgado nesta quinta-feira (2), em Aracaju, por envolvimento em um assassinato, já havia sido condenado anteriormente na esfera trabalhista por exploração de adolescentes e jovens na capital sergipana.

De acordo com inquérito instaurado pelo Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), a missionária e o pastor fundaram uma igreja em Aracaju e, por meio dela, recrutavam adolescentes e jovens para trabalhar em condições análogas à escravidão. As vítimas eram obrigadas a catar latinhas, vender alimentos nas ruas e realizar serviços domésticos, tudo sob o pretexto de voluntariado religioso.

O trabalho era realizado de forma exaustiva, sem remuneração ou com pagamento simbólico. Além disso, os jovens sofriam torturas físicas e psicológicas constantes.

Com base nas denúncias, o MPT-SE ajuizou uma Ação Civil Pública, que resultou em sentença favorável na 6ª Vara do Trabalho de Aracaju. O casal foi condenado ao pagamento de R$ 1 milhão por dano moral coletivo, além de indenizações individuais a duas vítimas.

Julgamento por homicídio

Atualmente, o casal responde também a um processo criminal pelo assassinato de uma mulher ocorrido em julho de 2020, no Bairro Marivan, em Aracaju. Além deles, o filho do casal e a irmã da vítima também são réus no caso.

Segundo a investigação, a vítima foi morta por espancamento e teve o corpo transportado até um canavial no interior de Alagoas, onde teria sido queimado e enterrado. O corpo nunca foi localizado.

Os suspeitos fugiram inicialmente para Riachuelo (SE) e depois para o estado de São Paulo, onde foram presos em 2022. Apenas a pastora responde ao julgamento em regime de prisão preventiva.

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