Acidente na avenida da "Explosão" faz 30 anos
"Parecia que o mundo ia se acabar", contou Aurora Corso de Guimarães, sobrevivente do acidente.
Em uma noite de 13 de abril de 1980, um domingo, por volta das 23 horas, um galpão clandestino de fabricação de fogos de artifício instalado nos fundos da casa do subtenente Pedro, do Corpo de Bombeiros, explodiu. A partir deste dia, a então avenida Contiguiba, localizada no bairro Suiça, se transformou na avenida da "Explosão".
Bombeiros e populares procuram sobreviventes (Foto: Gazeta de Sergipe/aracajuantigga.blogspot.com/IHGS)
Explosão deixou 12 mortos (Foto: Gazeta de Sergipe/aracajuantigga.blogspot.com/IHGS)
"Parecia que o mundo ia se acabar", contou Aurora Corso de Guimarães, sobrevivente do acidente. Os efeitos da explosão atingiram um raio de quase 10 quilômetros, o que deixou 12 mortos e centenas de feridos.
Aurora contou que dormia no seu quarto enquanto seu marido assistia à televisão na sala quando acordou aos prantos com uma luz que clareou toda a vizinhança, seguida de um forte estrondo que quebrou todos os vidros, fez voar portas e cair janelas da sua casa.
"Foi o prenúncio, parecia que o mundo ia se acabar, a gente comentava que 2000 seria o ano do fim do mundo e foi isso que pensei na hora. Mas muita coisa passou na minha cabeça depois, fiquei aflita, assustada, o barulho foi muito forte e se repetiu por algumas vezes", relembrou Aurora. "Depois achei que a casa tinha caído, vesti a roupa e saí de casa com meu marido, e lá estava todos os vizinhos desesperados, mulheres de camisola chorando, tinham homens de cueca correndo pela rua assustados", recordou.
Maria da Glória Lima Pereira, 65 anos, conta que sempre deixava as janelas do seu quarto abertas e no dia do incidente, ela lembra que após fechá-la foi surpreendida pela explosão. "Sempre deixo a janela aberta, mas nesse dia resolvi fechar. Eu vi um clarão forte do meu quarto, os vidros se quebraram e o meu filho estava no berço, onde vidros caíram por cima do cortinado, foi muito triste, não há o que comemorar", contou.
Aurora: "parecia que o mundo ia se acabar" (Foto: Atalaia Agora)
Dona Glória lembrou do dia da explosão (Foto: Atalaia Agora)
Terezinha Santos foi outra sobrevivente do acidente. Ela morava vizinha ao depósito clandestino, juntamente com os pais e os dois irmãos. "Eu não vi e nem ouvi nada, com a explosão o meu quarto se despedaçou, as paredes caíram por cima de mim, estava por debaixo dos escombros, machuquei a cabeça, só eu minha irmã e meu irmão ficamos feridos", recordou.
Ela lembra que o enteado do subtenente Pedro, de nome Ronaldo e sua mulher que estavam na casa morreram na explosão. O dono da casa e sua esposa Natália sobreviveram.
Dor maior foi de Rosilene Rodrigues, 60 anos, que morava três casas ao lado do ponto do acidente. Ela perdeu um filho de dois anos, o pai e a mãe ficou paralítica. "A maior perda que eu tive na minha vida foi essa, saber que não tenho mais o meu filho e nem o meu pai", desabafou.
A "avenida da Explosão" completa 30 anos e os moradores preferem esquecer o fatídico dia 13 de abril de 1980. "O que é ruim a gente esquece rápido, mas se pudesse voltar atrás e impedir o que aconteceu, eu faria. Agora é seguir em frente e deixar as lembranças ruins para trás", concluiu Terezinha.
Após o acidente o subtenente Pedro e sua esposa Natália se mudaram para o conjunto Médici. Pedro morreu há alguns meses levando consigo o trauma de provocar um acidente que marcou a história de Aracaju.
Alice Nou
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