Aracaju: criança de seis anos revela ter sido abusada por primo e família denuncia
Em Aracaju, um triste caso tem marcado a rotina de uma família. Segundo a tia de um menino de seis anos, que não identificaremos nenhum dos dois, a criança foi vítima de abuso infantil enquanto estava na casa dos avós, na zona norte da capital.
A história começou no último fim de semana. Como de costume, o garoto foi até à residência dos avós paternos. Lá, encontrou com um primo, de 12 anos - o que agrava o caso, já que se trata de um adolescente. Quando voltou para casa da mãe, o menino contou que o primo teria cometido abuso, ao passar as partes genitais no corpo dele.
A mãe questionou sobre o acontecido com os avós do filho, que negaram a situação. "O avô disse que é coisa de criança, invenção. A avó também disse que isso era impossível de acontecer. Ele [a vítima] disse 'vovó, eu não mentiria sobre isso não, tô falando a verdade'. Nem o pai, nem a avó e nem o avô acreditaram", contou a tia.
A família então prestou boletim de ocorrência e a vítima vai passar por exame de corpo de delito na próxima semana.
O delegado disse que mesmo sem penetração, isso já é um abuso",
detalha a tia.Estatísticas em Sergipe
Casos como estes revelam a triste realidade da violência infantil em Sergipe e em todo o país. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve aumento do registro de todas as violências sexuais contra crianças e adolescentes.
Na violência sexual, os estupros lideram os números. No Brasil, foram 73.024 mil casos, dos quais 56.820 de estupro de vulnerável. O que caracteriza o estupro de vulnerável é a idade da vítima, menor de 14 anos, ter alguma enfermidade ou deficiência mental que a impeça de consentir ou, ainda, esteja temporariamente, por qualquer razão, impedida de dar um consentimento consciente.
O índice de estupros em meninos representa 14% dos casos, sendo que 43,4% deles tem entre 5 e 9 anos de idade.
A residência continua sendo o local mais perigoso, onde 72,2% dos casos ocorrem. Em 71,5% das vezes, o crime é cometido por um familiar, sendo 44,4% por pais ou padrastos; 7,4% por avós; 7,7% por tios; 3,8% por primos; 3,4 % por irmãos; e 4,8% por outros familiares. Ainda, 1,8% dos casos apontam a mãe ou madrasta como autora da violência. Um dado novo que chama a atenção é que 6,7% dos registros apontam vizinhos como autores da violência e há 29 registros contra professores.
Denúncias
A Polícia Civil conta com o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que também dispõe da Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima (Deacav). Os casos de urgência e de flagrante podem ser denunciados à Polícia Militar no telefone 190. Os crimes recorrentes podem ser comunicados ao Disque-Denúncia (181). O DAGV fica localizado na rua Itabaiana, nº 258, no bairro São José, em Aracaju.
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