Preta Gil retira pedaço do intestino para tratamento do câncer

Ela já passou pela sessão inicial do tratamento, com quimioterapia e radioterapia nos últimos meses

Por Redação do R7 e A8SE 17/08/2023 10h43
Preta Gil retira pedaço do intestino para tratamento do câncer
Foto: Redes Sociais/ Reprodução

A cantora Preta Gil foi submetida a cirurgia para a retirada de tumor no intestino, nesta quarta-feira, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Diagnosticada com um adenocarcinoma na porção final do intestino em janeiro, ela passou pela primeira fase do tratamento, com sessões de quimioterapia e radioterapia até julho.

O "ABC do Câncer — Abordagens Básicas para o Controle do Câncer" (2019), do Inca (Instituto Nacional do Câncer), explica que os adenocarcinomas são tumores malignos que se originam na pele de revestimento de glândulas.

Thiago Jorge, oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a cirurgia para a retirada de adenocarcinomas no intestino ou no reto consiste na extração da parte afetada do órgão junto dos linfonodos associados, somada a uma margem de segurança, longe do tumor, de modo a evitar a sua volta. 

Os métodos incluem a cirurgia aberta (tradicional), por laparoscopia e até mesmo robótica, a depender de cada caso. 

"As cirurgias abertas geralmente são feitas em casos de emergência, em que há obstrução do intestino ou sangramento do tumor, por exemplo. Já nas cirurgias programadas, ou em que há difícil acesso à área afetada, costuma-se realizar a laparoscopia."

Após a retirada da porção do intestino, as partes são ligadas por suturas (pontos). Em alguns casos, é necessária a bolsa de colostomia, de modo a auxiliar a cicatrização do órgão enquanto não passam fezes na região.

"Isso facilita o processo de cicatrização e diminui os riscos de complicações. Porém, nem sempre é necessário, vai da escolha do cirurgião e se o paciente fez algum tipo de quimioterapia ou radioterapia antes", declara o oncologista do Oswaldo Cruz. 

Ricardo Saraiva, oncologista líder da unidade de câncer de pâncreas, fígado e vias biliares, oncologia clínica da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo, afirma que, após a recuperação, esses pacientes são submetidos a uma nova cirurgia para a retirada da colostomia, de modo que o trânsito intestinal volte ao normal.

Em casos em que o tumor é próximo ao reto, sem a capacidade de reconstrução da ligação ao ânus, esse paciente precisa ficar com a bolsa de colostomia de forma definitiva. 

Quanto aos tratamentos prévios de Preta Gil, Saraiva destaca que eles são feitos de modo a tratar o tumor, além de outros possíveis focos da doença que possam ter afetado outros gânglios na região. Assim, o tumor e possíveis focos da doença são diminuídos, aumentando as chances de cura. 

A recuperação costuma ser rápida, com cerca de uma semana a dez dias de internação, a depender de cada caso.

Quanto à cura, Saraiva é categórico. "Em oncologia, só podemos falar que um paciente está curado depois que o tratamento é completado e ele passa para a fase de acompanhamento, feito por exames de imagem. Depois de cinco anos de acompanhamento, com exames de imagem mostrando que a doença não voltou, podemos falar que o paciente está curado. Os riscos de o câncer voltar são maiores nos dois primeiros anos."

A necessidade de tratamentos adicionais após a cirurgia dependerá das terapias aplicadas anteriormente, bem como das respostas do organismo a elas. De modo geral, o oncologista da BP afirma que se costuma fazer toda a medicação antes da cirurgia. Após o procedimento, se bem-sucedido, o paciente entra na fase de acompanhamento.

O pós-operatório inclui a observação e adequação da dieta, bem como do novo trânsito intestinal dessa pessoa. A partir disso, também são feitos exames de sangue, em busca de marcadores tumorais.

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