Após oito anos em ascensão, obesidade no Brasil para de crescer

Apesar da estabilidade, metade da população adulta segue acima do peso. Vigitel 2013 revela ainda queda de 28% no número de fumantes e aumento da prática de atividade física e do consumo recomendado de frutas e hortaliças.

30/09/2015 22h03
Após oito anos em ascensão, obesidade no Brasil para de crescer

Levantamento mais recente do Ministério da Saúde revela que, pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no país. A pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos.

 

Os resultados do estudo cessam a média de crescimento de 1,3 ponto percentual ao ano que vinha sendo registrada desde a primeira edição, realizada em 2006 - quando o proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e de obesos era de 11,8%. O estudo mostrou ainda uma queda de 28% no total de fumantes entre a população brasileira acima de 18 anos nos últimos oito anos.
 
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (30) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro. ''O aumento do consumo de hortaliças e da atividade física são fatores determinantes para uma sociedade mais saudável. Mas, ainda é preciso observar a sequência nos próximos anos para podermos afirmar com consistência se há uma estabilização do crescimento da obesidade e do sobrepeso '', disse o ministro.

 

Pesquisa
 
A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentuais mais expressivos, 54,7% contra 47,4% das mulheres. Essa edição do estudo também indica que a escolaridade se mostra um forte fator de proteção entre o público feminino.

 

O percentual de excesso de peso entre as mulheres com até oito anos de estudo é de 58,3%. Já entre as mulheres com escolaridade de no mínimo 12 anos, esse percentual cai para 36,6%. A prevalência de obesidade também cai pela metade entre esses dois grupos de mulheres, atingindo 24,4% e 11,8%, respectivamente.
 
''O maior acesso à informação pode ter um peso importante nesse resultado. Isso é fundamental porque demonstra claramente que é possível persistir e ampliar as políticas publicas para expandir os resultados que temos nos mais escolarizados para as outras faixas '', afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
 
Paralelo à estabilidade nos índices de excesso de peso e obesidade, o Vigitel 2013 aponta ainda um aumento de 11% em cinco anos no percentual da atividade física no lazer, passando de 30,3%, em 2009, para 33,8% em 2013. Os homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios em seu tempo livre, enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.
 
Forte aliado na prevenção de doenças, o consumo recomendado de frutas e hortaliças também registrou aumento de 18% em oito anos. Atualmente, 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres comem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2006, os índices eram de 15,8% e 23,7%, respectivamente.

 

Hábitos alimentares
 
Apesar desses avanços, o estudo também mostra a existência de diversos hábitos alimentares inapropriados da população.  Um deles é o índice que mostra quantos brasileiros tem o habito de substituir o almoço ou o jantar por um lanche de baixo valor nutritivo. Consultado pela primeira vez no Vigitel, o indicador mostrou que 16,5% dos brasileiros (12,6% dos homens e 19,7% das mulheres) costumam trocar o almoço ou jantar por lanches como pizzas, sanduíches ou salgados diariamente.

 

Outro indicador que preocupa é o consumo excessivo de gordura saturada: 31% da população não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (53,5%) consome leite integral regularmente. O refrigerante também têm consumidores fiéis: 23,3% ingerem esta bebida, no mínimo, cinco dias por semana.
 
O Vigitel retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva.  Nesta edição, foram entrevistados aproximadamente 53 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal.

 

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