Condutor do veículo que matou ciclista é indiciado por homicídio doloso

Por SSP/SE 31/07/2020 16h03
Condutor do veículo que matou ciclista é indiciado por homicídio doloso

A Delegacia Especial de Delitos de Trânsito (DEDT) concluiu as investigações sobre o acidente de trânsito que vitimou André Rodrigues Espinola, no início da noite da segunda-feira, 20 de julho, próximo à região do Banho Doce, na avenida Inácio Barbosa, na Zona de Expansão. O autor do crime, Mário Chiacchiaretta Neto, foi preso no mesmo dia da ação delituosa e será indiciado pela prática do crime de homicídio doloso contra o ciclista, assim como pela alteração de local de crime e falsa atribuição da autoria da ação delituosa.

De acordo com a delegada Ana Carolina Machado, as investigações ratificaram o entendimento do delegado plantonista. “O veículo conduzido pelo indiciado empreendia alta velocidade, incompatível com a via e com as condições climáticas. Tanto que conseguimos comprovar através dos relatórios de investigação, do boletim de ocorrência de acidente de trânsito e pela dinâmica em que ocorreu”, destacou.

Além do homicídio doloso, quando há a intenção de matar, o indiciamento do condutor do EcoSport ocorreu também pela alteração do local de crime, pois com Mário Chiacchiaretta Neto foi apreendida a tampa do farol da bicicleta, bem como encontrados o capacete e tênis do ciclista. Ele também foi indiciado pela falsa atribuição de crime, pois mencionava que a culpa teria sido do ciclista.

“A todo o momento, ele atribuía a culpa, a responsabilidade pelo acidente ao ciclista. Ele também alterou o local do crime. Ao invés de prestar socorro ao ciclista, ele procurou alterar o local do crime e responsabilizar alguém que sequer teve responsabilidade sobre o acidente”, frisou.

Ainda no procedimento investigativo, foi incluído o crime de lesão corporal contra a passageira do veículo Duster e crime de dano contra o patrimônio público, em razão do dano ao poste de iluminação pública.

 

 

“Nossa investigação concluiu pelos seguintes crimes. Com relação à vítima André, o crime de homicídio doloso e atribuição falsa de crime, uma vez que relatava a todo o momento que o responsável pelo acidente foi a vítima, quando não foi. A dinâmica nos comprova exatamente que isso não ocorreu. E o crime de dano contra a bicicleta do rapaz. Com relação às vítimas que estavam no outro veículo, crime de dano e lesão corporal leve em uma das passageiras. Há também o crime de dano contra o patrimônio público, uma vez que atingiu o poste da Energisa”, explicou.

A delegada também reiterou o apoio fundamental de todas as instituições que contribuíram para a conclusão do inquérito policial. “A Polícia Civil agradece a todos os envolvidos na investigação. Em razão desse trabalho em conjunto foi que nós conseguimos o êxito e a comprovação pelo dolo eventual e pelo indiciamento. Agradecemos à Polícia Militar, ao Detran, à SMTT, ao Samu, ao Instituto de Criminalística, ao Instituto de Identificação e aos populares e testemunhas que estiveram envolvidos nesse caso, colaborando com os trabalhos”, mencionou.

Vítima

Ana Carolina Machado também ressaltou que o ciclista estava praticando uma das atividades que mais amava quando foi fatalmente atingido. Na investigação, também fizemos o levantamento sobre o perfil da vítima. Constatamos que ele era amante dos esportes, bastante solidária, amava a vida, tinha vários projetos. Era uma pessoa muito querida e muito amada. Antes do acidente, ele tirou uma foto e encaminhou para os familiares para demonstrar a satisfação e felicidade de estar estreando os equipamentos novos que havia recebido”, revelou.

Crime

O crime que vitimou o ciclista André Rodrigues Espinola ocorreu na avenida Inácio Barbosa, antiga avenida José Sarney. Assim que ocorreu o acidente, as primeiras equipes a chegarem ao local foram do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), que é da área. Como foi verificada a existência de vítima, com lesão corporal gravíssima, a Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran) foi acionada.

As informações coletadas no local e o trabalho investigativo apuraram que o carro do suspeito do crime atingiu outro veículo, que capotou várias vezes, mas que os ocupantes não tiveram lesões graves. No entanto, o carro do condutor embriagado ainda atingiu o ciclista, que veio a óbito.

A delegada informou que foi feito o teste de bafômetro, que confirmou que o autor do crime estava com um teor alcoólico muito acima do que é permitido por lei. As pessoas envolvidas no acidente relataram que o condutor do veículo que provocou o acidente apresentava sinais visíveis de embriaguez.

“Todo esse conjunto de fatores que foram reunidos na investigação confirma o nosso entendimento, corroborando com o entendimento do delegado plantonista, pela tese do dolo eventual”, finalizou.

 

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