Fraude em concurso público para guardas prisionais é desvendado

A equipe da Delegacia de Defraudações concluiu nesta quarta-feira (15), uma investigação que apurava fraude no Concurso de agentes penitenciários do estado de Sergipe, iniciado em 2018, por meio do Edital 006/2018. As informações foram passadas para a Polícia Civil, depois que a Escola de Gestão Penitenciária (Egesp) recebeu uma denúncia anônima falando sobre a fraude.
A investigação teve início em dezembro de 2019, quando os responsáveis pela realização do certame, após iniciado o curso de formação para os recém-aprovados, receberam a denúncia de que o então candidato Alex Ferreira de Moura havia pago a quantia de R$ 10 mil para que outra pessoa fizesse a prova objetiva no lugar dele e R$ 5 mil, para que uma terceira pessoa realizasse a prova de aptidão física.
As suspeitas foram confirmadas por meio das provas periciais, feitas por peritos do Instituto de Criminalística de Sergipe. O trabalho pericial indicou que outra pessoa havia realizado as provas no lugar do candidato. Ele foi interrogado e confessou a prática delitiva.
A delegada Rosana Freitas explicou a investigação. “O diretor da Escola de Gestão Penitenciária (Egesp) nos procurou informando que havia recebido uma denuncia informando que um dos alunos teria fraudado o concurso, efetuando o pagamento de uma quantia em dinheiro para que outras pessoas realizassem a prova objetiva e de aptidão física no lugar dele”, citou.
A confirmação dessa primeira fraude levantou suspeitas de que outros candidatos tivessem agido com o mesmo “modus operandi”. Um trabalho em conjunto entre os responsáveis pelo concurso, o Instituto de Criminalística e a equipe da Delegacia de Defraudações analisou a documentação de mais nove candidatos. A partir desta análise, foi identificada mais uma possível fraude no tocante ao então candidato Adilson José da Silva, que teve a prova objetiva realizada por terceira pessoa, segundo laudo técnico.
“Com a ajuda do diretor da escola e dos peritos do IC, a equipe da Defraudações realizou a avaliação de mais nove candidatos, foram analisados os documentos e sendo constatado que um deles também havia fraudado a realização da prova objetiva, ou seja, tinha sido realizada por outro indivíduo que não o candidato”, detalhou a delegada.
O diretor do Instituto de Criminalística (IC), Luciano Homem, contextualizou o trabalho feito pela instituição. O processo contou com a análise de mais de 50 documentos em um mês. “O IC foi demandado, requisitado pela delegacia de defraudações para realizar a análise dos documentos do oriundos do concurso público. No IC, a seção de documentoscopia, que é responsável pela análise de documentos. O material foi encaminhado para a seção de documentoscopia. O trabalho dos peritos criminais foi o de análise de vestígios materiais, busca de vestígios materiais nesses documentos. Eles fizeram análise tanto no suporte, que é o papel propriamente dito, como nos elementos variáveis que são inseridos nesse documento. A delegacia encaminhou dez candidatos. foram produzidos dez laudos periciais e em dois foram constatados divergências de assinaturas e de outros elementos lançados nos documentos. Eram fichas de avaliação física e também cartão resposta das provas objetivas”, revelou.
Tanto Alex como Adilson deixaram o curso de formação assim que tomaram conhecimento das investigações, possivelmente retornando ao seu estado de origem, Pernambuco, onde diligências complementares estão sendo realizadas com a finalidade de identificar outros possíveis envolvidos na fraude.
“Um deles chegou a ser ouvido e confessou a prática delitiva. O outro ainda não foi interrogado porque se evadiu do estado antes que a diligência fosse adotada. Mas, já mantivemos contato com a polícia de Pernambuco para que as diligências complementares sejam realizadas e para que possamos, não só interrogar o suspeito, mas inquirir outras pessoas que tenham participado dessa fraude”, complementou Rosana Freitas.
Todas as etapas do concurso contaram com elementos para manter a autenticidade das provas e dos testes físicos, o que possibilitou a identificação da fraude, assim como explicou o diretor da Egesp, Delmário Magalhães.
“Através da Corregedoria da Sejuc recebemos uma denuncia de que o candidato Alex tinha fraudado a prova do concurso público. Imediatamente, solicitei à banca examinadora as folhas de respostas. A folha contém impressão digital, assinatura do candidato, e na parte do teste físico, temos a assinatura em cada etapa. Além disso temos a filmagem. Toda etapa é filmada, corrida, barra, abdominal. Então foi uma audácia, uma tentativa inútil desse candidato tentar fraudar uma prova que hoje tem todas as ferramentas de segurança para que seja identificado. Assim que juntamos o material encaminhamos para a Delegacia Plantonista, que encaminhou para a delegacia especializada. Ele foi afastado imediatamente. A Sejuc está tomando as medidas administrativas”, concluiu.
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