População precisa ficar atenta aos focos de dengue após as chuvas

Por Agência Aracaju de Notícias 25/07/2019 11h52
População precisa ficar atenta aos focos de dengue após as chuvas

O período chuvoso é uma época do ano que causa preocupação, sobretudo para a saúde, e não é somente pelas viroses, gripes e resfriados comuns da mudança climática, mas, principalmente, pela maior incidência de acúmulo de água capaz de se transformar em foco da proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), tem intensificado, de forma intersetorial, as ações de combate ao mosquito, mas, alerta a população sobre os cuidados nesta época do ano em que as chuvas são recorrentes. De acordo com o gerente do Programa Municipal de Combate ao Aedes aegypti (PMCA), Jeferson Santana, o aumento da preocupação se dá pela rápida proliferação do mosquito. “Quando a chuva cai, é muito comum vermos recipientes acumulando a água dessa chuva e isso é muito perigoso. Como nós não temos um tempo, de fato, frio, muitas das vezes, como predominância do clima de Aracaju, a chuva passa e, quase imediatamente, vêm o sol e o calor. Essa mistura de chuva e calor é propícia ao surgimento de mais mosquitos. Quando as pessoas deixam recipientes sem os devidos cuidados, os mosquitos depositam os ovos, os quais entram em contato com a água e proliferam. Quando o tempo está mais frio, a larva se transforma em mosquito adulto entre 15 e 20 dias, mas, quando está mais quente, em sete dias já temos um mosquito adulto”, explicou.

 Desde o final do mês passado, após uma determinação do prefeito Edvaldo Nogueira, a Prefeitura, por meio de diversos órgãos e secretarias municipais, executa o Plano de Intensificação das Ações de Combate ao mosquito Aedes aegypti. Dentro deste plano, foram estabelecidas cerca de 20 diretrizes, entre elas a designação de duas equipes de agentes durante a noite, das 19h às 22h, para visitar casas que estavam fechadas durante o dia; visitação de todas as escolas para eliminação dos focos; trabalho de campo em quatro sábados por mês; aplicação do fumacê costal; realização do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) a cada dois meses, como recomendado pelo Ministério da Saúde; realização de mutirões de limpeza; monitoramento quinzenal estratégico dos pontos de proliferação; entre outras. Mesmo com a efetivação dessas diretrizes, o gerente do PMCA destacou que, ainda que o poder público faça a sua parte, a população tem papel fundamental no combate ao mosquito. “Mais de 80% dos focos do mosquito estão dentro das residências, então a população precisa ter consciência do seu papel. Estamos intensificando os mutirões, principalmente nos bairros em que foram identificados mais casos de doenças ligadas ao mosquito, mas, não adianta a Prefeitura limpar os locais, se os moradores continuarem a descartar lixo incorretamente ou deixar acumular água nos recipientes sem os devidos cuidados. Para combater o mosquito, é preciso uma parceria entre a população e a gestão pública”, ressaltou Jeferson Santana. O gerente ainda frisou os maiores cuidados que a população deve ter neste momento. “Não deixar água parada, verificar seus quintais, eliminar qualquer deposito de água limpa. A gente pede ao morador que, semanalmente, vá nos quintais, verifique como está a situação, e não deixe nada com água parada”, salientou.

Vírus mais potente 

Em meados deste mês, a SMS divulgou os dados do 4º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2019. O índice de infestação na capital sergipana foi de 2,6, número considerado como de médio risco para o aparecimento de epidemias. Ainda que não exista um alto risco, Jeferson Santana alertou sobre um aspecto que chama atenção. O surgimento das doenças transmitidas pelo Aedes possui comportamento periódico. “Já foi confirmada a presença do vírus Tipo 2 da dengue, que é uma forma mais agressiva da doença. Esse mesmo vírus foi o que circulou em Aracaju, quando houve a epidemia, em 2008. O que ocorre é que, quem não esteve exposto ao vírus naquela época, está mais vulnerável a ele hoje. Por isso, estamos vendo tantos casos com crianças de 0 a 14 anos”, destacou. Em 2019, foi registrado aumento dos casos de dengue em Aracaju, assim como em todo o estado. Já foram computadas oito mortes pela doença em Sergipe. “A Prefeitura não fecha os olhos para o que é preciso fazer, mas reforçamos a necessidade da população se manter atenta e que mantenha os cuidados. Esperamos que as pessoas possam se mobilizar mais para que possamos evitar que surjam mais mosquitos e, consequentemente, mais casos das doenças ligadas a ele”, completou Jeferson Santana. 

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