Chuva propicia aumento dos casos de leptospirose

Por Ascom/EBSERH 12/07/2019 14h43
Chuva propicia aumento dos casos de leptospirose

Além de todo o transtorno que as chuvas têm causado na capital sergipana, é nessa época que aparece outra preocupação: a leptospirose, doença infecciosa transmitida pela urina do rato e que pode levar à morte. A médica Nathalie Serejo, residente da Infectologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), esclarece alguns fatos relacionados à patologia.

“Os principais sintomas começam a aparecer depois de uma exposição à água da chuva, que pode estar contaminada com um esgoto que não é tratado e nem acondicionado de forma correta, ou contaminada com lixo, enfim, com tudo que atraia rato, pois a urina dele é a principal condutora da bactéria responsável pela doença”, afirma.

Sintomas

De acordo com ela, chuvas de modo geral, as enchentes, são eventos muito propícios à disseminação da doença. “A pessoa pode começar sentindo dores no corpo, principalmente nas panturrilhas, febre, ter manchas pelo corpo, icterícia, sintomas que podem ser confundidos com outras doenças, mas que nessa fase de chuva intensa devem chamar a atenção para a possibilidade de leptospirose”, alerta.

Nathalie orienta que ao perceber os sintomas, a pessoa deve imediatamente procurar atendimento médico, pois a leptospirose tem tratamento, mas pode evoluir de forma rápida, chegando a acometer rins e pulmões e até mesmo levar à morte.

“Nessa época de chuva, muitas doenças infecciosas aparecem, muita gente vai procurar o atendimento médico com queixa de febre, por isso é preciso ter um olhar clínico muito bom para fazer o diagnóstico correto. O diagnóstico pode ser feito pelo teste de aglutinação microscópica”, informa.

Tratamento

Após a confirmação da doença deve ser iniciado imediatamente o tratamento. “O tratamento, além do uso do antibiótico, é de suporte. Se precisar de diálise, faz diálise. Se piorar a parte respiratória, faz um suporte respiratório, vai depender de cada caso. Normalmente, se descoberta a tempo, é suficiente o tratamento com antibióticos, combatendo a doença de forma mais rápida”, esclarece Nathalie Serejo.

Ela afirma que o tempo de incubação da doença é de um a 30 dias, mas normalmente ela se manifesta entre o 5º e o 15º dia. “Quando a pessoa permanece em contato prolongado com água, lama, líquidos que podem estar contaminados pela urina de ratos deve tomar muito cuidado. Ter contato com água de enchentes, andar descalço, viver em áreas com saneamento básico inadequado ou em regiões com rede de esgoto deficiente são fatores que trazem preocupação quanto ao risco de contrair a doença”, reforça a médica.

Nathalie explica que é possível a cura da doença. “Nos casos mais leves, os sintomas podem desaparecer espontaneamente, com a própria ação do sistema imunológico do paciente. Em situações mais complexas, é necessário tratamento médico à base de antibióticos para acabar com a bactéria. A automedicação é completamente contraindicada, e pode até agravar o quadro. Após o início do tratamento, a bactéria pode ser eliminada em até sete dias”, pontua.

Medidas de prevenção também devem ser amplamente divulgadas, especialmente em épocas de chuva. Evitar o contato direto com urina de animais, usar botas e luvas de material reforçado, usar água sanitária para limpeza de quintais e áreas de possível contaminação, acondicionar corretamente o lixo, vedar caixas d’água, fazer o controle de roedores com profissionais e vacinar animais domésticos contribuem muito para evitar a doença.

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