Em Lagarto, perímetro do Estado pretende colher 1 mi de espigas de milho até o São Pedro

Por Agência Sergipe de Notícias 20/05/2019 15h48
Em Lagarto, perímetro do Estado pretende colher 1 mi de espigas de milho até o São Pedro
Fernando Augusto

Já tem milho garantido para o ciclo junino que se aproxima. Em Lagarto, a colheita vem sendo farta. O agricultor Jodeclan Santos, por exemplo, colheu mais de 7 mil espigas no Perímetro Irrigado da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. “Essa área que eu estou limpando é para daqui a 20 dias, mas aquela de lá, iremos colher já perto do período do São João. Compensa, tem procura boa, mas sem irrigação não produz. Só produz por causa do perímetro irrigado. É o ano todo produzindo, tirando uma área e botando outra. Aqui, onde acabei de colher, vou plantar milho de novo. É milho verde o ano todo”, diz Jodeclan, que produz em dois hectares (ha) de terra.

De agora até os festejos do São Pedro, haverá colheita em 54 ha de milho no Perímetro Irrigado Piauí, infraestrutura do Governo do Estado que atende a 421 lotes iguais ao de Jodeclan. Segundo o gerente do perímetro, Gildo Lima, o plantio vem sendo feito desde fevereiro e a colheita já começou, com estimativa de produção superior a um milhão de espigas até o fim do período junino. “No São João do ano passado, chegou muito milho de uma vez só e o milho caiu muito o preço [para R$ 20 o cento]. Este ano, muita gente apostou em plantar antes e muito milho já está sendo colhido”, explicou. Cerca de 38 ha serão destinados exclusivamente à colheita na semana em que se festejam os dois principais santos do ciclo junino. Outros 26 ha foram plantados com amendoim, e a perspectiva é que a produção chegue perto das 80 toneladas.

Na região Centro Sul do estado, a irrigação continua sendo o diferencial para a produção no período em que o milho verde é mais requisitado. Segundo o técnico agrícola da Cohidro, José Américo, quem está plantando no perímetro irrigado ou tem acesso à mesma tecnologia disponível nesses lotes, sai na frente. “Tudo indica que esse ano o preço vá ser melhor para o produtor irrigante no período dos festejos juninos. Até porque, quando não chove, se não tiver irrigação, não tem como ter milho para colher na véspera de São João”, analisa o técnico.

Gildeon Dias é um dos produtores que aproveitam a demanda do período junino. Ele vai colher em 34 dias o milho verde que plantou há um mês e meio. A plantação está em 1,8 hectares preparados para cultivar tomate, quiabo e pimenta malagueta, utilizando mangueiras de irrigação por gotejo fixas. Por isso, os pés de milho foram dispostos em duas linhas a 33 e 40 cm um do outro, com intervalo de quase dois metros entre as fileiras. O número reduzido de mudas é compensado pela tecnologia de ‘fertirrigação’, que os dois lotes possuem, levando até as raízes, a adubação à base de ureia diluída na água. Assim, é aguardada uma colheita próxima de 35.000 espigas.

“Esse é o melhor tempo de se plantar. É para o São João, é tradição. Vou vender aqui mesmo. Tem quem compre para levar em Carira e Boquim, outros para Estância. Eu mesmo vou vender. A gente espera um preço bom”, disse Gildeon. O agricultou explicou ainda que não quer desfazer a estrutura que montou para as outras culturas que produz com a irrigação do perímetro no resto do ano, mas não desperdiçou as vantagens de comercialização do milho no período. “Tem uns quatro anos que eu faço. Sempre coloco antes um tomate, uma pimenta, e quando tira aquela cultura, eu entro com o milho, porque compensa”, concluiu.

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