Chuvas aumentam a incidência de jacarés em áreas residenciais próximas a lagos e rios
Com as fortes chuvas do Outono, o surgimento de répteis e demais animais silvestres pode aumentar em residência e áreas urbanas. A explicação é do médico veterinário da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Daniel Allievi, que esclarece à população sobre ao aumento de demandas dessa natureza no estado, a exemplo de jacarés-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) que têm aparecido constantemente em residências e condomínios.
O veterinário ressalta que esses animais são classificados como ectotérmicos, ou seja, necessitam da luz solar para ativar o metabolismo. Por isso, segundo ele, em períodos de fortes chuvas, é comum o seu surgimento em áreas urbanas próximas a lagos, manguezais e rios. “É importante que a população não entre em contato físico ou mate qualquer animal silvestre que apareça nas redondezas das residências. Por isso reforçamos que a orientação é, ao encontrar um animal silvestre, procure imediatamente o órgão estadual do meio ambiente que possui técnicos capacitados e treinados para manuseio desses animais”, pontua.
Esse contato, de acordo com o veterinário, é necessário para evitar qualquer tipo de incidente envolvendo a manipulação errada do animal. Dessa forma, a segurança, tanto do animal quanto da população, é garantida. “É recomendado evitar a aproximação ou manejo do animal, pois são muito agressivos e possuem a mordedura extremamente forte e eficaz. Só técnicos habilitados tem expertise para procedimento de contenção e captura. Isso serve também para qualquer outro animal silvestre, a exemplo das cobras”, ressalta Daniel.
Para isso, Allievi destaca que é importante o contato imediato com o órgão ambiental. “Ocorrências como essas podem ser direcionadas à Adema, de segunda à sexta-feira, das 10 às 13h, através do telefone 79 3198-7190”, afirma.
Jacaré-de-papo-amarelo
Esses animais são conhecidos como jacaré-de-papo-amarelo, pois, durante a fase do acasalamento, costumam ficar com a área do papo amarelada. Allievi informa, ainda, que eles são comuns em ecossistemas costeiros. “A espécie é altamente ligada à água, habitando uma variedade de ambientes como pântanos, charcos, rios e riachos, com forte associação à vegetação aquática densa. É um animal carnívoro, que mede em média cerca de 2 metros e que vive aproximadamente cinquenta anos”, explica.
O veterinário ainda ressalta que os jacarés são caçadores noturnos. “Geralmente eles ficam dentro da água e, por serem animais ectodérmicos, passam parte do dia expostos ao sol, a fim de regular sua temperatura corporal. Se alimentam geralmente de pequenos mamíferos, peixes e aves que são encontrados nas margens dos lagos ou rios. Por isso sua maior incidência e ocorrência são em bairros próximos a rios e lagos tanto em Aracaju como nos outros municípios do estado de Sergipe”, finaliza.
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