Grupo criminoso que matou capitão Oliveira era envolvido em crimes de pistolagem, roubos a banco e tráfico de drogas

Por SSP/SE 23/05/2018 09h09
Grupo criminoso que matou capitão Oliveira era envolvido em crimes de pistolagem, roubos a banco e tráfico de drogas

O grupo é responsável por crimes de pistolagem, roubos a banco e tráfico de drogas em Sergipe e estados vizinhos

A Polícia Civil do Estado de Sergipe, por meio do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) deflagrou na última sexta-feira, dia 19, Operação Rubicão, para cumprir dez mandados de prisão relacionados ao crime que vitimou o comandante da Companhia Independente de Operações Policiais em Área de Caatinga (Ciopac), capitão Manoel Alves de Oliveira Santos, 42 anos, no dia 04 de abril de 2018. Durante toda a Operação, 10 pessoas foram mortas em confronto com a polícia, sendo seis no estado de Sergipe e quatro em cidades no interior da Bahia.

Em Sergipe, morreram em confronto no município de Poço Redondo no último dia 9 pelo Ciopac os irmãos Osmar de Lima Nunes, vulgo "Nenê filho do finado Lima", 23 anos; e Lucas de Lima Nunes, 22 anos. Eles são acusados de dar suporte a quatro homens que executaram o capitão Manoel Oliveira. Na época, os investigadores decidiram não confirmar as informações por conta do avanço dos trabalhos no inquérito policial. Lucas e Osmar são acusados também de darem suporte logístico depois da execução do oficial da PM, incendiando o veículo modelo Corolla a fim de despistar a polícia e facilitar a fuga dos executores.

No dia 18, a Polícia deflagrou a Operação Rubicão, quando José Cláudio Teles Ferreira, conhecido como "Cláudio de Tonho de Hercílio", 31 anos; e Aldair Santos Hora, 20 anos, naturais de Pedro Alexandre/BA morreram em confronto em Poço Redondo. No mesmo dia, em Aracaju, reagiram à ação policial Edu dos Santos Oliveira, 28 anos; e Antônio Braz dos Santos Neto, 46 anos, ex-policial militar expulso da corporação no ano de 2003 e acusado de envolvimento no assassinato do então deputado estadual Joaldo Barbosa.

No estado vizinho, toda ação foi realizada simultaneamente no dia 18 de maio, onde na oportunidade o líder da organização criminosa, identificado como Jackson dos Santos, 29 anos, natural da cidade de Pedro Alexandre/BA, foi morto na cidade de Barreiras/BA. O pai dele, identificado como José da Silva, vulgo "Zé de Mané Doidão", também foi morto em confronto com a Polícia.

Nas cidades de Cristópolis e Paulo Afonso, respectivamente, reagiram à ação da polícia Ernane da Mota Pereira, vulgo "Alemão", 29 anos, residente de Cristópolis/BA e Renan Oliveira Santos, vulgo "Cavalo do Cão", 26 anos, natural de Pedro Alexandre/BA.

Presos

A Polícia efetuou também a prisão de três suspeitos identificados como Izaiane Maiara Menezes Neto, 32 anos, esposa de Jackson; o empresário Marcones Silva Lima, 33 anos, acusado dar suporte para fuga de Jackson e o pai, "Zé de Mané Doidão"; outro suspeito preso durante as investigações foi Jasson Souza de Jesus, vulgo "Vaqueiro de João Alves", 23 anos.

Em depoimento ao delegado Hugo Leonardo, do Cope, Marcones afirmou que após o crime, Jackson e o pai fugiram para a região oeste da Bahia assustados com a repercussão da ação criminosa. Ainda segundo o depoimento, Marcones detalha que "Zé de Mané Doidão", cujo histórico de pistolagem é longo na região de Pedro Alexandre, estaria preocupado com as proporções que o crime cometido pelo filho poderia tomar, afirmando que foi "uma besteira um milhão de vezes maior do que eu já fiz a vida inteira".

Perícia

Com as investigações realizadas pelos peritos oficiais do Instituto de Criminalística (IC), foi possível reconstituir a dinâmica da ação criminosa até o momento em que o carro foi incendiado. As análises foram embasadas nas medições feitas no local, coletas de cápsulas e projéteis, e nos exames papiloscópicos realizados nos veículos e no corpo da vítima.

Os materiais recolhidos foram coletados e encaminhados ao IC para a realização dos procedimentos investigativos. A partir de exames descritivos nos projéteis e da nanocomparação balística, feita pela Criminalística, foram identificados ao menos três tipos de armas utilizadas na ação criminosa - calibres 12, 18 e ponto 40.

A perícia também identificou a distância da qual teve início a ação criminosa - cerca de 43 metros do veículo da vítima - e também direções de onde partiram os disparos. Os carros queimado e o do capitão Oliveira foram periciados e tiveram seus sinais identificadores analisados.

Motivação

As investigações esclarecem que a motivação para o crime ocorreu devido ao trabalho de repressão que vinha sendo realizado pelo Capitão Oliveira, que no ano de 2017, durante ações da Caatinga, alvejou dois homens acusados de crime de pistolagem. Dentre esses suspeitos está o homem identificado como Wilson, ex-companheiro de Izaiane Maiara presa durante a operação.

A Operação Rubicão contou com a participação de equipes da Polícia Civil, entre elas, agentes e delegados do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), como também da Divisão de Inteligência (Dipol) e da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Copci). Em relação ao efetivo da Polícia Militar, participaram dos trabalhos integrantes da Companhia Independente de Operações Policiais em Área de Caatinga (Ciopac), Comando de Operações Especiais (COE) e 11º Batalhão de Polícia Militar (11º BPM).
Também participaram Companhia Independente de Policiamento Especializado - Cerrado (Cipe/Cerrado) e a Companhia Independente de Policiamento Especializado - Caatinga (Cipe/Caatinga), unidades da Polícia Militar da Bahia.

Por que Rubicão?

O nome da operação faz referência a um rio italiano que não poderia ser atravessado pelas tropas romanas por conta de uma lei, mas, ao ser afrontado, Júlio César decide fazê-lo e sua ação culmina numa guerra civil. A expressão "atravessar o Rubicão" significa a tomada de uma decisão perigosa, pensar grande, ou ainda, ultrapassar fronteiras, defrontando-se com um caminho duvidoso e potencialmente perigoso.

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