Presos da delegacia do Bugio ficarão no Cope até que sejam feitos os reparos

01/10/2015 19h03
Presos da delegacia do Bugio ficarão no Cope até que sejam feitos os reparos
A8SE

 

Após rebelião, os 57 presos da 10ª Delegacia Metropolitana foram levados para o Complexo de Operações de Policiais Especiais (COPE), ainda na manhã desta quinta-feira (06). Os presos destruíram as celas e derrubaram as portas, além dos buracos que foram feitos na tentativa de fuga.

 

O delegado Ronaldo Marinho, que estava durante toda a operação, informou que fizeram o que foi necessário para contornar a tensão. Após a destruição foi verificado que não há condições nenhuma de mantê-los na delegacia, porque a grade foi derrubada. “Os policiais vão ouvir as pessoas envolvidas e vamos tomar as medidas adequadas e instaurar os procedimentos adequados”, disse o delegado.

 

A tensão aumentou após os presos agredirem dois, batendo a cabeça contra o portão e ameaçarem os mesmos de morte. Somente após a chegada do Grupo de Repressão e Busca, Gerb, os presos silenciaram e foram contidos. Após os policiais conterem a situação o delegado geral, Everton Santos chegou e informou que os presos seriam levados para o COPE.

 

Segundo o assessor de comunicação do Sinpol, Jorge Henrique, a partir de agora, não vai haver mais visita em delegacia. “ A permanência desses presos na delegacia constitui grave ilegalidade, uma afronta aos direitos humanos, até porque a delegacia não tem condições de manter esses presos e nós temos marginais de alta periculosidade confinados aqui”, reforçou o policial civil.

 

A delegacia ficou cercada por policiais durante toda a ação. Policiais militares deram apoio, Grupamento Tático de motos (Getam), além do Gerb e o Choque que também foi acionado. Muitos moradores, que ficaram aflitos com o barulho estavam apreensivos com uma possível fuga. Segundo o Presidente da Associação de moradores do Bugio, Aragão Barbosa, a Escola Estadual Jornalista Paulo Costa não está tendo aula, e em momentos como esse até os postos de saúde não funcionam. “Eu já havia dito que isso aqui é uma bomba de Hiroshima, semana passada teve rebelião e a população fica assustada”, reclamou indignado o morador do Bugio.

 

O delegado geral Everton Santos diz que os problemas são visíveis, principalmente por conta da superlotação das delegacias. “Qualquer delegacia que tenha mais de 30 presos ou 50 estão vulneráveis essa situação, nós temos a preocupação do policial que trabalha na unidade, da comunidade que mora ao redor da delegacia, com o próprio preso, com as instalações”, disse preocupado.

 

O delegado geral informou ainda que já vem conversando há mais de 60 dias com a Secretaria de Justiça informando que essa situação já era previsível. “Não há condições de custodiar preso na delegacia, o preso é provisório, terminou o inquérito policial ele tem que ir embora, minha secretaria é de desvendar crime e de prender, cumprir mandados, a secretaria de justiça é que fica com os presos a disposição dos juízes.”, explicou. Ele ainda alertou que caso não haja uma solução, outras rebeliões podem acontecer. 

 

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