Grupo Penerô Xerém completa 25 anos e busca sede própria

Atualmente o grupo é formado por 37 mulheres e três homens, com idades entre 48 e 86 anos. Eles se entregaram a dança não apenas para reviver as origens na roça, mas como uma forma de viver com mais entusiasmo e saúde.

30/09/2015 22h08
Grupo Penerô Xerém completa 25 anos e busca sede própria
A8SE

 

Há 25 anos um grupo de mulheres resolveu unir forças para fazer um resgate. Elas tinham histórias semelhantes, de uma infância simples no interior de Sergipe, onde fazia parte da rotina pisar o milho e peneirá-lo “Pro angú, pra canjiquinha, pro xerém, pro mugunzá”, como já cantava o saudoso Luiz Gonzaga.


E foi a música do rei do baião que serviu de inspiração para o nome do grupo que elas criaram em 1º de junho de 1989: O Penerô Xerém. De lá para cá já se completou um jubileu de prata de muita história e tradição.


As meninas do Penerô Xerém, grupo que teve origem com a Dona Josefa, no bairro Castelo Branco, em Aracaju, além de trazer as danças típicas do período junino, também faz o resgate do mais autêntico artesanato do interior sergipano, com a tradição da costura de bonecas de pano e confecção de peneiras estilizadas.

 


Atualmente o grupo é formado por 37 mulheres e três homens, com idades entre 48 e 86 anos. Eles se entregaram a dança não apenas para reviver as origens na roça, quando usavam da peneira, do ralo e do pilão para o preparo das delícias nordestina à base de milho e mandioca, mas, sobretudo, o grupo representa para esses aposentados, uma forma de viver com mais entusiasmo e saúde.

 


Exemplo disso é a Dona Maria Augusta Barreto. Há 12 anos ela participa do Penerô Xerém. “Há cinco anos fraturei quatro costelas e duas vertebras, mas fiquei boa graças ao Penerô Xerém. Foi aqui, dançando, que recuperei minha saúde”, conta Dona Augusta, que aos 68 anos cursa medicina veterinária na Universidade Federal de Sergipe (UFS).


Toda essa disposição e vontade de viver da Dona Augusta é vista nos demais integrantes do grupo. Tudo que eles querem é dançar e ser feliz. Atualmente, eles estão à procura de uma nova sede.

“Elas ensaiam e se divertem durante o ano inteiro, com pausa apenas no mês de julho. Antes o grupo se reunia do Gonzagão, que há dois anos estava fechado para reforma e só agora reabriu. Agora elas buscam por uma sede própria para se reunir para os ensaios e artesanatos. No momento estamos tentando o apoio do governo e prefeitura para alcançarmos isso”, destaca o experiente marcador Elói Filho, que há dois anos está à frente da coordenação do grupo.


Ele vem procurado manter as raízes tradicionais que deram origem ao Penerô Xerém. “Venho fazendo um trabalho que não mexe, nem descaracteriza a identidade cultural do grupo. Pelo contrário, tenho procurado manter isso, acrescentando um trabalho de danças circulares com atividades de alongamento e preparação física”, descreve.


Enquanto o sonho da sede própria não se concretiza, esse grupo mantém a animação e a esperança, sempre regados pelo calor da dança mais tradicional do nordeste e de Sergipe, o forró.

 

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