Cresce o número de mulheres que chefiam lares em SE
Trabalhar cerca de 10 horas por dia fora de casa, estudar e cuidar dos filhos, isso sem ajuda de um companheiro. Está é a realidade de 38,45% das sergipanas que chefiam seus lares, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, o percentual é menor, 31,27%. O estudo revela que o perfil da mulher contemporânea é a que enfrenta a jornada de ser mãe, dona de casa e profissional competente. Na pesquisa do IBGE, 68% das mulheres afirmaram ser difícil conciliar trabalho, filhos e casamento. O crescimento das mulheres como chefe de família já configura uma tendência, afirma o Instituto.
Cristiane Musse (Foto:Divulgação)
A coordenadora de toda a área de Informática e Telefonia do Sistema Atalaia de Comunicação, confirma isso. Cristiane Soares Musse chega a trabalhar 14 horas por dia. Para suprir a atenção dos dois filhos, ela aposta na qualidade do tempo. "Quando estou com eles, sou totalmente deles. Passeamos, brincamos, vamos ao cinema. Não falo de trabalho quando estou com meus filhos", disse.
De acordo com o IBGE, uma em cada cinco chefes de família trabalha como empregada domestica.
É o caso da merendeira Ana Lúcia Costa de 40 anos. Ela tem três filhos adultos, mas cria duas netas, uma de 10 e outra de oito anos. Separada do marido há sete anos ela faz faxina para completar a renda. "É difícil conciliar tudo. Gostaria de ter mais energia, tempo e dinheiro para minhas netas. Sei que é bom ser independente mais às vezes gostaria de ter um companheiro leal para dividir o fardo", falou.
Ana Lúcia servente (Foto: Sandra Cruzz)
A pedagoga Clécia Souza Santos, trabalha fora e cuida da filha de oito anos. Segundo ela, a vida não é fácil, mas seria bem pior se não fosse a amizade da filha. "Ela me deu forças para lutar. Um filho direciona a nossa vida. É mais fácil prosperar com um filho do que solteira", ressaltou. A satisfação das mulheres também foi mostrada no estudo do IBGE, em que 88% das mães se consideram felizes e responsáveis. As mesmas acham formidável se manter jovens e 76% destas estão completamente satisfeitas com a sua aparência.
Clécia (Foto: Sandra Cruzz)
Desemprego
Apesar da admissão no mercado de trabalho estar nas piores condições, o desemprego vem sendo menor dentre as mulheres que chefiam suas famílias. A taxa se encontra em 8%, contra 13% para as mulheres economicamente ativas. De 2002 a 2006, esse percentagem cresceu 20,9% e, em agosto de 2006, elas somaram 2,7 milhões de pessoas.
Mas, devido a crise mundial, esse quadro pode mudar. Uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho, diz que a crise causará mais desemprego entre as mulheres do que entre os homens na maioria das regiões do mundo, mas essa relação deve ser ainda mais profunda na América Latina e no Caribe.
Segundo o documento, a crise atual vai criar novos obstáculos no caminho do desenvolvimento sustentável e socialmente equitativo, o que deve tornar cada vez mais difícil para as mulheres encontrarem "trabalho decente". A organização informou que, assim, é preciso encontrar "soluções criativas" para diminuir as disparidades nas oportunidades de trabalho.
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