Falsos empresários tentam aplicar golpe contra o Bar Etnia

30/09/2015 19h04
Falsos empresários tentam aplicar golpe contra o Bar Etnia
A8SE

Os mineiros Paulo Roberto de Franco Mattos, 62 anos, e Roberto Antônio Alves, 55, foram presos ontem (19) em Aracaju, sob acusação de estelionato. De acordo com a polícia, eles apareciam nas cidades como grandes empresários, arrendavam estabelecimentos comerciais, lucravam com o espaço e produtos e depois fugiam sem nada pagar.

O mesmo golpe estava prestes a ser aplicado em Aracaju e os alvos seriam os proprietários da casa de shows Etnia, localizada na Avenida Paulo Barreto de Menezes, bairro Farolândia. A dupla foi detida quando se preparava para fugir após vender mercadorias, móveis e eletrodomésticos cedidos em comodato e deixar milhares de reais em dívidas com fornecedores, prestadores de serviço e locadores.

Segundo o coordenador da 4ª Delegacia Metropolitana, delegado Alessandro Vieira, Paulo Roberto e Roberto Antônio agiam juntos desde o ano de 1991, praticando estelionatos e falsificação de documentos em vários Estado do Brasil. Eles já foram indiciados, julgados e condenados em outras cidades, mas teria sido desta feita, em Aracaju, a primeira vez que foram presos.

Segundo a polícia, eles vieram de Natal (RN), onde também teriam agido da mesma forma. Em depoimento, os acusados admitiram os crimes e revelaram ter agido ainda em Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG), onde nasceram. A Polícia Civil chegou até eles após uma denúncia dos proprietários do estabelecimento.

As vítimas relataram que alugaram o espaço e toda a estrutura em janeiro deste ano e vinham cobrando o pagamento do aluguel e outros encargos sem sucesso. Os denunciantes passaram a desconfiar ainda mais do comportamento dos acusados depois que eles deixaram de abrir a casa ao público, há pouco mais de uma semana.

"Investigamos a conduta da dupla durante dois dias e fizemos as prisões quando percebemos que eles se preparavam para fugir", explica o delegado, acrescentando que esta era a conduta padrão dos sócios Paulo Roberto e Roberto Antônio. "Os acusados faziam o máximo de dívidas naquela cidade e fugiam apenas quando as cobranças tornavam a situação insustentável", acrescenta Vieira.

O delegado Alessandro Vieira informa que todas as testemunhas do caso estão sendo ouvidas e solicitações de relatórios sobre a vida dos acusados já foram enviadas às polícias e órgãos de justiça de outros Estados. "Vamos comunicar o caso à justiça de Sergipe ainda nesta sexta-feira, e esperamos concluir o inquérito até a próxima semana. Já descobrimos que o modus operandi utilizado em diversos Estados era sempre o mesmo, com a falsificação de declarações de Imposto de Renda e outros documentos que permitiam a obtenção de crédito no comércio e em estabelecimentos bancários. Numa das ações, Paulo Roberto falsificou uma declaração de renda, atestando movimentação anual de R$ 6 milhões", explica.

Ainda segundo o coordenador das investigações, a partir da obtenção do crédito e da confiança na praça, Paulo Roberto e Roberto Antônio geravam lucro ilícito mediante a aquisição de mercadorias e serviços com a utilização de cheques sem provimento de fundos ou simplesmente sustados sem justa causa. "Para ganhar a confiança de todos em Sergipe, Paulo Roberto chegou a dizer que era parente do deputado federal e ex-governador Albano Franco. A situação foi levada até o momento em que as cobranças ficaram mais fortes. Eles informaram que iriam fugir na manhã de hoje para Salvador, onde pretendiam curtir o carnaval. Depois da festa eles voltariam para Belo Horizonte", acrescentou.

Paulo Roberto ainda chegou a quitar as dívidas de Roberto Antônio recentemente, para usar o nome dele em algumas negociações e abrir contas em bancos em Aracaju. Pesquisas realizadas através da Divisão de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) indicaram uma quantidade elevada de ações judiciais, protestos e negativações em nome das diversas empresas de propriedade dos `sócios` estelionatários, inclusive com condenações judiciais pelos crimes de estelionato e falência fraudulenta. Foram apreendidos com eles diversos documentos e três veículos importados (Audi, Cherokke e Corolla), em uma casa de praia localizada na Aruana.

 

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