Nos últimos quinze dias foram registrados casos de violência brutal contra a mulher em Sergipe. Espancamento até a morte em via pública, cárcere privado, espancamento de menor por torcida organizada, agressões verbais e lesões corporais. Na capital, todos os dias a Delegacia da Mulher registra cerca de quatro ocorrências. Segundo a delegada do Centro de Grupos Vulneráveis, Érica Magalhães, com a implantação da lei Maria da Penha a mulher passou a ter mais segurança na hora de realizar a denúncia. Antes da implantação da lei a delegacia não tinha respaldo legal, existia uma sensação de impunidade.
Jovem mostra lesão corporal (Foto:Kátia Susanna)
Os dados mostram que de janeiro a agosto de 2006 foram registrados 909 boletins de ocorrência. Após a implantação da lei Maria da Penha, de setembro a dezembro o número subiu para 1002 casos. No ano passado, foram cerca de 3 mil casos. Somente este ano, até o dia 15 de maio, foram registrados cerca de 1700 ocorrências e 190 inquéritos.
Delegada Érica Magalhães (Foto:Kátia Susanna)
"A violência realmente está absurda, mas o que acontece é que hoje ela é mais denunciada. Antes, as mulheres tinham medo de expor a situação porque os seus agressores não seriam punidos como acontece hoje", explicou a delegada, acrescentando que dependendo do caso a prisão preventiva do agressor é pedida imediatamente.
"A gente percebe que ainda falta informação por parte da mulher que é agredida, muitas vezes elas chegam à delegacia não para prender o agressor, mas para tentar reconciliar a relação", informa Erica Magalhães.
Com a lei Maria da Penha, a mulher procura a delegacia quando se sente insegura, é um referencial. Foi o caso da estudante Francilaine Santana Santos, ela procurou a delegacia da Mulher por que o namorado a ameaçou de morte, caso ela terminasse o namoro. "Ele me agrediu na frente de todo mundo e apontou uma arma para minha cabeça. Só não morri porque fugir. Quero que ele seja preso", falou.
Jovem agredida por namorado (Foto:kátia Susanna)
A delegada Erica Magalhães, explicou que dados de uma pesquisa recente mostram o perfil das mulheres que são agredidas. "São mulheres que já sofrem agressão em casa e somente após algum tempo procuram a delegacia para denunciar. É importante frisar que as mulheres de todas as classes sociais sofrem agressão, mas a mulher da classe A não denuncia, até por uma questão de status. A mulher da classe C sabe exigir e denunciar a agressão", ressaltou.
Pesquisa - A falta de informação é ainda um agravante na hora da denunciar. De acordo com a delegada. uma pesquisa feita em 2008 pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, constatou que a Lei é mais conhecida nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde 83% dos entrevistados conhecem a Lei e seu conteúdo. No Nordeste e Sul as taxas de conhecimento são, respectivamente, de 77% e 79%.
Apesar da falta de informação, a pesquisa ainda mostra que a população percebe que a lei inibe a violência contra a mulher. Os números mostram que 33% dos entrevistados acreditam na punição da violência doméstica; 21% pensam que a lei pode evitar ou diminuir a violência contra a mulher; e 13 % sentem que a Lei tem ajudado a resolver o problema da violência doméstica.
Ação contra a violência - Preocupada com o aumento da violência contra a mulher na capital, o Centro de Grupos Vulneráveis está adotando algumas medidas, como sessões psicológicas para minimizar traumas e inserção de grupo de conciliadores em palestras. "Estamos realizando palestras em escolas para que desde cedo a mulher aprenda a buscar seus direitos. Porque está também é uma questão de cultura", alertou.
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