Meio ambiente: carros poluem oito vezes mais que ônibus
Segundo o Setransp, os ônibus ocupam 30% dos espaços e transportam mais de 70% dos usuários

Dados da pesquisa “Retrato da Mobilidade Urbana de Aracaju”, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros dos estados de Alagoas e Sergipe, apontam que o transporte público coletivo é elemento central na vida de milhares de usuários que o tem como única opção para se locomoverem no dia a dia. O levantamento mostra que cerca de 70% dos deslocamentos feitos são através dos ônibus. Apesar disso, esse serviço ocupa apenas 30% das vias urbanas. Uma problemática para a mobilidade e para o meio ambiente, já que os carros poluem oito vezes mais que os ônibus, como indica a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Mobilidade Urbana
O Brasil já tem um automóvel para cada quatro habitantes, o que significa mais de 45 milhões de veículos circulando nas ruas por dia, esses números são do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Para a superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp), Raissa Cruz, um dos principais desafios da mobilidade urbana nas grandes e médias cidades é o excesso de carros nas vias. “Os veículos causam congestionamentos cada vez maiores, comprometendo o desempenho operacional do transporte público”, pontuou.
Especialistas da área indicam o transporte coletivo como solução para o excesso de veículos individuais. O Setransp revela que os carros preenchem 70% das pistas e fazem o deslocamento de pelo menos 30% da população. Já os ônibus ocupam 30% dos espaços e transportam mais de 70% dos usuários.

O presidente da NTU, Otávio Cunha, defende a implantação de faixas exclusivas. “As faixas exclusivas recolocam e reposicionam o ônibus na agenda dos governos e com certeza cria um ambiente de melhoria na prestação desse serviço. [...] Estimulamos as pessoas a deixarem os automóveis para viajarem de ônibus. Portanto, é mais fácil ganhar tempo, economizar e reduzir a poluição ambiental, um grande problema que afeta o nosso país”, frisou.
A superintendente do Setransp ressaltou a importância das faixas para o desenvolvimento da mobilidade. “Possibilita maior fluidez no trânsito, aumentando a velocidade dos ônibus em cerca de 40% e gerando mais agilidade no serviço ao passageiro. Em Aracaju, em momentos de fiscalização regular sobre o uso das faixas exclusivas, a redução no tempo de viagem dos ônibus é de quase 20 minutos. Essa priorização do transporte coletivo gera mais mobilidade para todos, uma vez que as faixas contribuem também para o ordenamento do trânsito, com a distribuição justa do uso do espaço viário. Isso reduz acidentes e dá fluidez ao transporte público coletivo”, concluiu.
Meio Ambiente e saúde
Como destacado por Cunha, a poluição tem sido outro fator que favorece o uso do transporte coletivo: quanto mais carros circulando, maior é a poluição e os riscos à saúde de todos. Já quando se ocupa o sistema viário com transporte coletivo os riscos diminuem consideravelmente.
Uma das principais causas da poluição do ar acontece através de motores de carros, uma vez que eles liberam um gás incolor e sem cheiro extremamente tóxico, conhecido como monóxido de carbono, produzido pela queima em condições de pouco oxigênio e alta temperatura de carvão ou outros materiais ricos em carbono, como derivados de petróleo.
“Os grandes vilões são os automóveis, que fazem uma poluição ambiental muito forte, todos os tipos de carros produzem gases, que prejudicam a saúde”, observou o pneumologista Saulo Maia D'Avila Melo.
Ainda para o especialista, o resultado da poluição pode ser sentido na saúde. “Quando a pessoa inala um ar poluído podem surgir vários problemas respiratórios, a exemplo de amidalites, asma, enfisema pulmonar, bronquite crônica, podendo até desenvolver um câncer de pulmão. Além disso, existe a possibilidade de doenças cardiovasculares, há uma predisposição maior para insuficiência coronária, ou seja, infarto, nessas pessoas que têm contato com a poluição”, acrescentou Saulo Maia.

A pedagoga Leide Laine Santos, por exemplo, desistiu de ir ao trabalho de carro. “Sempre quis ter meu carro próprio, mas com o passar do tempo e das coisas que vem acontecendo com nosso meio ambiente, eu resolvi mudar meus hábitos e a pensar ecologicamente. Agora, prefiro me locomover de ônibus porque sei que poluem bem menos que os automóveis, fora a agilidade do transporte público em Aracaju. Após a instalação das faixas exclusivas, reduzi minha ida ao trabalho em um tempo médio de 15 minutos. Escolhi unir o útil ao agradável e ainda não acabou com minha saúde. Pensar coletivamente é preservar o meio ambiente!”, expôs.
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