Suspeito de integrar esquema que causou prejuízo de mais de R$10 milhões na Bahia é preso em Capela
Três mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão estão sendo cumpridos na Bahia, Alagoas, Sergipe e Goiás.
A operação teve o objetivo de desarticular um esquema criminoso com atuação dentro do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA) e foi deflagrada nesta quinta-feira (12), pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), em conjunto com os Gaecos dos estados de Alagoas, Goiás e Sergipe, as Polícias Civil e Militar baianas, e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Em Sergipe, o alvo da operação foi preso no município de Capela, onde estava trabalhando na Câmara de Vereadores do município. De acordo com o advogado de defesa Isaac Vinícius, o investigado estava em casa quando a equipe chegou por volta das 6h para cumprir o mandado de busca e apreensão. Ele foi preso pelo crime de falsificação de documento público previsto no Artigo 297 do Código Penal. O mesmo já foi preso em Sergipe, em 2019, por alugar veículos e fazer a transferência destes com documentação falsa em uma operação desencadeada pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado do estado do Pará.
De acordo com o Ministério Público da Bahia, o esquema consiste em se apropriar indevidamente de carros pertencentes a locadoras de veículos para depois comercializá-los. Até o momento, foi apurado que mais de 100 veículos, a maioria de luxo, foram subtraídos das locadoras, num prejuízo estimado de mais de R$10 milhões. São apurados crimes de associação criminosa, estelionato, falsidades documentais, inserção de dados falsos nos sistemas informáticos e corrupção ativa e passiva.
Denominada de “Fake Rent”, a operação cumpre três mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão, além de afastamentos de função pública, proibições de exercício de atividade econômica e restrições veiculares. Expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca de Salvador, os mandados estão sendo cumpridos nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D´ávila, Simões Filho e Eunápolis, e nos estados de Alagoas, Goiás e Sergipe.
As investigações apontam que o esquema funciona há pelo menos cinco anos no Detran baiano. Segundo apurado, os envolvidos cooptam pessoas para alugarem veículos pertencentes a grandes locadoras nacionais e estrangeiras, contam com a ajuda de despachantes e corrompem servidores do órgão estadual de trânsito para inserirem dados falsos nos sistemas informáticos do órgão. Os automóveis seriam transferidos para “laranjas”, pessoas falecidas ou terceiros que tiveram seus dados utilizados sem seu conhecimento.
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