Sede e fome castigam sergipanos do Alto Sertão

30/09/2015 19h08
Sede e fome castigam sergipanos do Alto Sertão
A8SE

Depois de horas de espera de algo para comer as centenas de famílias dos povoados Santa Rosa do Ermírio, Sítios Novos, Curralinhos e da sede de Poço Redondo, distante 185 quilômetros da capital, voltaram para suas casas com as mãos vazias. O carregamento com 4.600 cestas básicas, enviado pelo Governo Federal, como ação emergencial, teve problemas no percurso e só chegará ao município na manhã desta quarta-feira(08).

A situação dos nordestinos do alto sertão está cada dia mais crítica. A fome e a sede estão matando os animais. Segundo o secretário de Assistência Social de Poço Redondo, Manuel Belarmino, em 36 anos de vida, ele nunca presencial tal situação no município. "As pessoas estão desesperadas e famintas. Há propriedade que cerca de 90% dos animais estão morrendo", afirmou.

O secretário informou que as 4.600 cestas é um paliativo para a grande necessidade das 10 mil pessoas que povoam o município. De acordo com ele, o governador Marcelo Déda providenciou um convênio para que pequenos agricultores pudessem ter créditos mais rápidos, mas infelizmente o processo esbarrou-se na burocracia. "Eles precisam de dinheiro para comprar ração o mais rápido possível, já que a seca matou as palmas e os mandacarus. Sem recursos às pessoas vão começar a morrer de fome", alertou Belarmino, acrescentando que o exército ainda continua abastecendo o município com carros pipas.

Poço Redondo é apenas um dos 15 municípios que estão em situação de emergência. Iguais a ele estão: Poço Verde, Monte Alegre, Canindé do São Francisco, Gararu, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória, Feira Nova, Carira, Pinhão e São Miguel do Aleixo.

"Iremos distribuir cestas básicas em todos os municípios do alto sertão que estão em situação de emergência. Até o dia 17 distribuiremos as cestas básicas, já a ração para animais distribuiremos entre 20 a 24 deste mês", disse a secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Ana Lúcia Menezes.

A secretária informou que os prefeitos estão organizando um cadastro único de assistência social que é um cadastro dos grupos vulneráveis. "A situação é muito crítica por isso estamos trabalhando com organização", falou Ana Lúcia.

Projeto Pró-água do Governo Federal

O Governo do Estado está investindo R$ 5.692.327,60 dos mais de R$ 340,416 milhões destinados à ampliação e construção de novas adutoras para regularizar o sistema de abastecimento de água e melhorar a qualidade de vida nos 75 municípios sergipanos.

Em Porto da Folha, as obras de construção da Adutora do Semi-Árido e de automação e ampliação do sistema integrado com as Adutoras do Alto Sertão e Sertaneja andam tão ‘quentes` quanto o clima da região. Iniciadas há um ano, as duas obras vão regularizar o abastecimento de água em 25 municípios sergipanos, beneficiando aproximadamente 200 mil pessoas.
A obra, que inclui ainda a reativação e adequação da Estação de Tratamento de Água em Tobias Barreto e a substituição da tubulação da rede de distribuição de água no município, vai garantir a regularização do abastecimento de água na região, resolvendo um problema histórico do local. Os investimentos representam aproximadamente R$ 11 milhões.
Em Canindé do São Francisco, no Alto Sertão sergipano, estão sendo alocados R$ 5.410.416,37 na ampliação do sistema de abastecimento da cidade e na construção de uma estação elevatória, uma estação de tratamento de água e uma adutora de água bruta.
Atualmente, a água é captada do canal de irrigação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Com os serviços, a cidade vai ganhar uma fonte de adução própria, que deriva do projeto Jacaré-Curituba, o que vai resolver o problema de abastecimento regular de água em Canindé do São Francisco e nos povoados de Curituba e Capim Grosso.
As obras são parte do Programa Pró-Água, do Governo Federal, implementado em Sergipe através de convênio entre o Governo do Estado e o Ministério da Integração Nacional. O custo total é de R$ 68,9 milhões, sendo R$ 55,13 milhões financiados pelo Banco Japonês de Cooperação Internacional, via Ministério da Integração Nacional, e R$ 13,78 milhões pelo Governo do Estado.

Com informações da ASN

 

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