Apesar do incontestável desenvolvimento social e econômico do estado de Sergipe ao longo do tempo, tradições seculares que permearam e ainda permeiam nossos hábitos atrelados à demonstração de religiosidade e cultura local, convivem em harmonia seja na capital Aracaju, seja no interior. Um exemplo desta simbiose entre tradição e fé -dentro das comemorações por conta da Semana Santa - pode ser confirmado com a ‘procissão do fogaréu`, realizada anualmente no município de São Cristóvão, distante em 23 km de Aracaju.

Fogaréu (Foto:Eraldo Peres)

 

Lá, o ‘fogaréu` é celebrado há tanto tempo que nem mesmo o atual coordenador do grupo sabe ao certo uma estimativa de tempo "Só eu, dirijo a procissão há 25 anos, mas antes de mim ela já existia", afirmou o diretor do atual G12, grupo organizador do ato comemorativo.

Fogaréu (Foto:Eraldo Peres)

 

Na procissão, homens encapuzados e munidos de tochas percorrem as ruas da histórica São Cristóvão fazendo alusão aos soldados que há mais de 2 mil anos, caçaram Jesus em Jerusalém.

Para este ano, a procissão conta coma o engajamento de 250 homens que realizam o cortejo, seja em cena, seja preparando a montagem, cujo início está marcado para as 21 horas desta quinta-feira (09) na praça São Francisco e além da tradicional procissão, cinco atos da Paixão de Cristo serão apresentados em cerca de uma hora e meia de apresentação pelas antigas ruas da primeira capital do Estado.

Origem

A procissão, cuja origem secular remonta a busca e a prisão de Jesus Cristo, foi trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses. Na região compreendida entre Portugal e Espanha, a festividade ocorria, inicialmente pelo dia; era organizado por irmandades religiosas locais e tinha muito mais um caráter de penitência e adoração, contudo, ao vir até o Brasil, a comemoração foi deixando o caráter religioso em detrimento do pagão.