Leishmaniose será combatida em Aracaju

30/09/2015 19h11
Leishmaniose será combatida em Aracaju
A8SE

Por muito tempo a leishmaniose foi considerada uma doença rural, que não apresentava muitos perigos à população urbana. Hoje, ela já atinge cerca de três mil pessoas por ano em todo o país, inclusive nas grandes cidades. Para combater essa doença e prevenir o aparecimento de novos casos, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura de Aracaju desenvolve o Programa de Controle da Leishmaniose, atingindo diversos bairros do município.

As ações, desenvolvidas por uma equipe de 28 profissionais de saúde, têm como objetivo conscientizar e orientar as comunidades sobre os riscos da doença, através de visitas domiciliares. Os agentes explicam o que é a leishmaniose visceral, popularmente conhecida como calazar, como ela pode ser transmitida - a cães e humanos - e quais os sintomas para que a população possa ficar atenta.

Este ano já foram realizadas ações nos bairros José Conrado de Araújo, Olaria, Santos Dumont e Jardim Centenário. Durante as visitas, os agentes também fazem a coleta de sangue dos cães, para detectar se há a contaminação pelo protozoário Leishmania chagasi. A amostra é enviada para exames que, a depender do resultado, podem acarretar na eutanásia do animal, visto que em cães a doença não tem cura.

A coordenadora do CCZ, Gina Blinoffi, explica que sacrificar os animais é uma medida de prevenção necessária para impedir a proliferação da leishmaniose visceral. "Uma vez infectado, o cão não tem possibilidade de tratamento. A eutanásia no animal doente quebra a cadeia e impede a continuação do ciclo", esclarece.

Além das medidas educativas e do exame dos animais, a prefeitura também realiza ações de erradicação dos vetores em locais de risco. Segundo Gina, após a notificação de casos da doença, as equipes fazem a ‘borrifação` na área para eliminar os mosquitos. Em alguns casos, também são montadas armadilhas luminosas, no final da tarde, que atraem e prendem o mosquito transmissor.

Transmissão

Embora seja uma doença grave, a leishmaniose não é contagiosa, e só pode ser transmitida através do mosquito vetor, o flebótomo. Também conhecido como mosquito palha, birigui e cangalhinha, o inseto tem aparência similar às muriçocas, porém menor, e aparece com mais frequência no início da manhã e fim da tarde.

Uma peculiaridade de sua aparência são suas asas: ao pousar, elas permanecem levantadas, diferente dos demais mosquitos. Além disso, o mosquito voa baixo, com movimentos que parecem pequenos saltos, e gosta de locais úmidos.

A transmissão ocorre através da picada do flebótomo, tendo sido registrados, até hoje, casos apenas em cães e seres humanos. Entretanto, a transmissão não acontece diretamente entre essas espécies, ou seja, o cão infectado não contamina o homem, ou vice-versa.

A leishmaniose é uma doença parasitária, causada pelo protozoário Leishmania chagasi, que atinge o interior das células do sistema imunológico, e pode se manifestar de duas formas - a leishmaniose tegumentar ou cutânea, e a leishmaniose visceral ou calazar, tipo mais grave da doença.

Sintomas

No homem, os principais sintomas são: febre constante (podendo durar até 15 dias), emagrecimento rápido, apatia e palidez. Em alguns casos mais avançados, a doença ataca o fígado e o baço, causando diarréia, problemas cardíacos e respiratórios. A leishmaniose é uma doença grave e, quando não é tratada devidamente, pode levar à morte. Porém, se diagnosticada precocemente e com o tratamento correto, as chances de cura são muito grandes.

Nos cães, porém, a situação é mais grave. A doença pode demorar meses para se manifestar depois da transmissão, e não tem cura. Os principais sintomas são: emagrecimento, lesões na pele, secreção em torno dos olhos, perda de pelos e crescimento exagerado das unhas.

Prevenção

Ainda não há medicamentos ou vacinas que possam prevenir a leishmaniose. A melhor forma de evitar a doença é combater o surgimento de possíveis focos do mosquito vetor. Uma medida importante é a limpeza de quintais e terrenos, mantendo-o sem o acúmulo de folhas caídas, lixo e entulho. Para proteger-se do vetor, o uso de mosquiteiros e repelentes é importante, inclusive para evitar outros mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Também é importante cuidar bem do seu animal de estimação, levando-o frequentemente ao veterinário. Caso note algum sintoma suspeito, comunique ao Centro de Controle de Zoonoses o mais breve possível. Os telefones do CCZ são: (79) 3179-3528 / 3179-3565/ 3564.

Fonte:AAN

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