Integrantes do PCC se infiltram no Sistema Penitenciário de Sergipe

Temendo o fortalecimento da facção criminosa no sistema penitenciário do Estado, a direção do Desipe elaborou um relatório relatando a situação e encaminhou às Policias Federal e Civil.

30/09/2015 19h01
Integrantes do PCC se infiltram no Sistema Penitenciário de Sergipe
A8SE

 

Sistema prisional (.)

Ainda não se sabe quantos eles são e nem o ‘poder de fogo` e de influência que exercem, mas o Departamento do Sistema Prisional de Sergipe (Desipe) admite a presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em presídios do Estado. "Os membros estão infiltrados no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), no município de São Cristóvão; na Penitenciária Senador Leite Neto (Preslen), em Nossa Senhora da Glória e no Presídio Feminino", alerta o diretor do Desipe, Manuel Lúcio Neto.

 

Temendo o fortalecimento da facção criminosa no sistema penitenciário do Estado, a direção do Desipe elaborou um relatório relatando a situação e encaminhou às Policias Federal e Civil. "Todos os integrantes do PCC são monitorados. Não vamos permitir que eles poluam e façam de refém o sistema penitenciário de Sergipe``, disse Manuel Lúcio.

A situação é preocupante, admite o superintendente da Policia Civil, Gilberto Guimarães, mas está sob controle, adiante ele. "O serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) vem acompanhando de perto os passos desta perigosa organização criminosa no Estado e os primeiros resultados já surgiram com a prisão de vários traficantes. Estamos atentos", garante o Superintendente que recentemente participou de uma reunião na Secretaria Nacional de Segurança Pública para tratar sobre o assunto.
"Viemos aqui para implantar o estatuto do PCC, a nossa ideologia de trabalho. Eles [os marginais de Sergipe]

Gilberto Guimarães (.)

vão aprender a trabalhar e começar a ganhar dinheiro". Esse é o trecho de uma das conversas captadas através de escutas telefônicas feitas pela Divisão de Inteligência da Polícia Civil (Dipol), entre os cinco membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), presos em maio do ano passado no condomínio Viva a Vida, na rodovia José Sarney, em Aracaju.

 

"Estatuto" do PCC aprendido em presídios de Sergipe

Uma vistoria realizada em algumas unidades do Sistema Penitenciário de Sergipe foi suficiente para constatar a mobilização da facção criminosa nas unidades. "Vários exemplares do Estatuto do PCC foram aprendidas", disse o diretor do Desipe.
No "estatuto" do PCC constam 15 normas a serem seguidas pelos membros da facção. Consta ainda como uma das normas do PCC que os "irmãos" precisam sustentar os outros integrantes da facção que estão presos. Para isso, além da mensalidade de R$ 300, eles são obrigados a praticar assaltos.

Em todo o estatuto constam normas a serem seguidas pelos membros do PCC. Eles precisam assinar o documento contendo os passos a serem seguidos no momento em que se juntam ao grupo. Em um dos trechos, do artigo 7º do Estatuto, consta que: "todo aquele que estiver em liberdade e bem estruturado e esquecer o irmão que está preso será condenado à morte, sem perdão".
"Os integrantes do Partido tem que dar bom exemplo a serem seguidos e por isso o Partido não admite que haja assalto, estupro e extorsão dentro do Sistema" é o que consta no artigo 8º. Já no 9º artigo do "estatuto" do PCC a facção destaca "O partido não admite mentiras, traição, inveja, cobiça, calúnia, egoísmo, interesse pessoal, mas sim: a verdade, a fidelidade, a hombridade, solidariedade e o interesse como ao Bem de todos, porque somos um por todos e todos por um".

 

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