Influencer sergipana perde Bolsa Família após exibir carro e iPhone 17: “Denunciaram e me tiraram”

Conhecida como “Diva do Cras”, a criadora teve o benefício suspenso após publicar compra de veículo zero quilômetro e celular de luxo nas redes sociais

Por Por Redação Portal A8SE 01/11/2025 13h25
Influencer sergipana perde Bolsa Família após exibir carro e iPhone 17: “Denunciaram e me tiraram”
Fotos: Reprodução Redes Sociais

A influenciadora digital Merianne Silva, de 31 anos, moradora de São Cristóvão (SE) e conhecida nas redes como “Diva do Cras” ou "Blogueira Pobre", anunciou na última sexta-feira (31) que deixou de receber o Programa Bolsa Família após uma “denúncia” feita à Receita Federal motivada pela exposição de uma compra de um carro novo e de um iPhone 17.

Merianne relatou que foi notificada pelo Centro de Referência de Assistência Social de São Cristóvão (CRAS) para prestar esclarecimentos acerca da manutenção do benefício. No local, foi informada de que seu benefício seria suspenso por não atender mais aos critérios exigidos no programa.

Em vídeo publicado nas redes, Merianne disse que “metade do meu dinheiro” viria da produção de conteúdo digital e que “o Bolsa Família não vai me fazer falta”, afirmando ainda que usava parte dos recursos para ajudar sua comunidade no loteamento Lauro Rocha. Ela explicou que “nem todas as pessoas entendem meu trabalho e me criticam por eu ser favelada e expor a vida real”.

A gestão do município confirmou a suspensão da concessão e explicou que a fiscalização do Bolsa Família é contínua e visa averiguar a renda familiar e os demais critérios estabelecidos pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Quando são detectadas irregularidades, o benefício pode ser bloqueado para análise e, se a inconsistência for confirmada, cancelado.

O que diz a legislação

O Programa Bolsa Família possui diversos critérios para permanência, sendo os principais:

  • Famílias com renda per capita acima dos limites previstos (por exemplo, acima de aproximadamente R$ 218 por pessoa) podem perder o direito.
  • Informações cadastrais desatualizadas ou inconsistentes no Cadastro Único (CadÚnico) podem levar ao bloqueio ou cancelamento.
  • “Regra de Permanência/Proteção”: quando a família ultrapassa a linha de pobreza, mas ainda está em vulnerabilidade, há prazo para transição antes da exclusão definitiva.
  • Caso o benefício seja cancelado, existe mecanismo de reversão em até 180 dias se a família se enquadrar novamente nos requisitos.

No caso de Merianne Silva, a aquisição e exibição de bens de alto valor público nas redes pode ter sinalizado à fiscalização que a renda familiar estava acima dos limites permitidos ou que seu perfil já não se encaixava mais como beneficiária, o que motivou a suspensão do benefício.

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