Hospital de Cirurgia realiza primeiro implante do dispositivo Impella pelo SUS em Sergipe
Procedimento inédito e de alta complexidade salvou a vida de paciente após complicações cardíacas graves

O Hospital de Cirurgia (HC) realizou, pela primeira vez em um paciente atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado, o implante do dispositivo de suporte circulatório mecânico Impella, por meio de um procedimento minimamente invasivo. A intervenção foi decisiva para salvar a vida de Wiliene de Farias, de 36 anos, que hoje se recupera bem em casa, ao lado da família.
O chefe da Cardiologia, Dr. Luiz Flávio Prado, relatou que o equipamento, até então indisponível no estado, precisou ser adquirido e transportado com urgência da Bahia para Sergipe.
“Recebemos autorização da Direção para comprar o dispositivo, mas foi necessário trazê-lo de Salvador. Em menos de uma hora, o aparelho já estava a caminho. Ele chegou por volta das 23h e, à meia-noite, já estávamos no Serviço de Hemodinâmica para realizar o implante. Às 3h da manhã, a paciente estava na UTI utilizando o dispositivo. O coração dela ficou totalmente dependente do Impella nas primeiras 12 horas, e, se não o tivéssemos, ela não teria sobrevivido”, relembra o médico.
Wiliene foi internada no HC para uma cirurgia cardíaca considerada simples, mas apresentou uma grave complicação cardíaca logo após o procedimento.
“A paciente veio para realizar sua primeira cirurgia cardíaca. No primeiro dia após a operação, o coração começou a dar sinais de falência. Utilizamos medicamentos e, em seguida, um balão intra-aórtico, que teve pouco efeito. Diante da gravidade, reunimos nosso Time de Choque Cardiogênico do Hospital de Cirurgia — um grupo formado por cardiologistas, intensivistas, ecocardiografistas, hemodinamicistas, cirurgiões e outros especialistas preparados para lidar com casos de alta mortalidade. O Impella foi utilizado como uma ponte para a recuperação do coração e, felizmente, em menos de 48 horas, ela se recuperou plenamente e pôde retornar para casa”, explica o Dr. Luiz Flávio.
Uma nova chance de vida
Para Wiliene de Farias, natural de Alagoas, residente em Aracaju e mãe de três filhos, o procedimento representou uma nova chance de vida.
“Na infância, sempre fui fisicamente limitada, mas nunca investiguei a causa. Há alguns anos, comecei a sentir dores mais intensas e descobri que tinha problemas cardíacos graves. Fui fazer a cirurgia e, após o procedimento, aconteceu um rebuliço no meu coração. Quando acordei, a equipe me chamava de ‘fênix’, mas eu não tinha noção da gravidade do que havia acontecido. Sempre me senti acolhida, nunca fiquei sozinha, e todas as informações foram passadas com clareza. Quando soube que um dispositivo tão caro e inédito no SUS havia sido usado em mim, pensei: ‘Uau! Meu Deus!’. Hoje, meu coração bate maravilhosamente bem, e só sinto gratidão. Eu nasci de novo”, relata emocionada.
O sucesso do procedimento foi fruto do trabalho conjunto de uma grande equipe multidisciplinar, composta por cirurgiões cardíacos, hemodinamicistas, anestesistas, cardiologistas, intensivistas e residentes, que se revezaram 24 horas por dia durante os três dias de uso do Impella. Trata-se de uma intervenção médica extremamente complexa, que exige uma equipe ampla, especializada e altamente preparada.
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