Dores destaca-se como única no país com quatro procissões na sexta-feira santa
Como a cidade de Dores é por excelência católica (90% de seus habitantes), as procissões fazem parte de uma tradição amplamente respeitada no município.


O Povo de Nossa Senhora das Dores saber viver a Semana Santa como nenhum outro povo no Brasil. Isso porque a cidade é a única no país que realiza quatro procissões na sexta-feira santa. Os atos reúnem milhares de devotos que, em atitude de fé e contrição, vão às ruas da cidade para reviver a paixão e morte de Jesus Cristo.
Como a cidade de Dores é por excelência católica (90% de seus habitantes), as procissões fazem parte de uma tradição amplamente respeitada no município. Uma manifestação de fé e religiosidade que tem lugar garantido no coração e na vida do dorenses ano após ano.
Cruzeiro do Século
A primeira procissão do dia, a Cruzeiro do Século, tem início às 4h da madrugada em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores. Há tradicional procissão completa 31 anos. “Fizemos a primeira procissão por causa da seca de 1983. Eu juntamente com um grupo de oito mulheres e uma criança pedimos a Deus a Chuva, se chovesse agradeceríamos, se não, nos manteríamos em oração. Na virada da quinta-feira maior para a sexta-feira santa começou a chover fortemente”, conta a fundadora da Procissão, Dona Iolanda, do alto de seus 75 anos.
Recebida a graça, a procissão não deixou de existir, sempre seguindo o mesmo percurso rumo ao Cruzeiro do Século, na estrada de Itabaiana. Mas agora a procissão que começou com um pequeno grupo de mulheres reúne milhares de pessoas “Ano passado tivemos uma nova seca, semelhante a que aconteceu em 1983 e mais uma vez tivemos nossas preces atendidas”, destacou Dona Iolanda.
Procissão do Madeiro
A Procissão do Madeiro é outro momento muito especial na sexta-feira santa de Dores. A partir das 14h e seguindo por toda a tarde os fiéis vão em peregrinação percorrendo as ruas da cidade, com o objetivo de relembrar a caminhada de Jesus Cristo rumo ao calvário.
A cerimônia é realizada por homens, vestidos de branco que carregam a cruz. As mulheres tam bém tem um papel importante na procissão, elas se vestem de preto e usam um véu que envolve o rosto para que durante o trajeto não sejam reconhecidas, como fizeram as beatas no dia da crucificação de Jesus.
Senhor Morto
A procissão do senhor morto é outra que atrai muitos fieis. Duas procissões do senhor morto são realizadas na cidade: uma pela paróquia de Nossa senhora das Dores e a outra pela paróquia São Cristóvão. Ambas tem início com a celebração da Santa Cruz, às 15 horas. Depois partem pelas principais ruas do bairro em tom de oração e cantos de penitência.
“É próprio do dia da sexta-feira da Paixão celebrar o Senhor Morto. E aqui em Dores faz parte da cultura e religiosidade do nosso povo. É um momento também onde os filhos da cidade que estão distantes virem rever a família e participarem da procissão e das celebrações”, observou o padre da Igreja São Cristóvão, Pe. Jailson.
Já para o Pároco da Igreja que leva o nome da cidade, a procissão do Senhor Morto é um momento para ser celebrado com bastante devoção. “Esse é um momento em que os fiéis recordam a paixão e morte do Nosso Senhor Jesus Cristo. Nessa procissão acontece o cortejo da imagem do Senhor Morto a qual é venerada pelos fieis na esperança da ressurreição do senhor Jesus”, explica o padre Arnaldo Francisco de Oliveira.
Penitentes

A procissão dos Penitentes é uma das que mais reúne fieis. Ela possui uma simbologia que também se difere um pouco das outras. Às 18h, mais de 700 homens vestidos de branco e encapuzados partem levando consigo a procissão de fieis. Eles cumprem um percurso de aproximadamente 12 km. São mais de sete horas de peregrinação na procissão que dura de sete a oito horas de caminhada.
“Essa é uma tradição que já existe há mais de 100 anos na cidade. Percorremos a o centro e também as periferias do município nas quinze estações da via-sacra, que lembra o martírio de Jesus. O objetivo maior de todos esse sacrifício é a proximidade que procuramos ter com Deus e também as preces que fazemos pelo fieis já falecidos. Levamos esse momento com muita seriedade, dedicação e fé”, ressalta um dos organizadores da procissão dos penitentes, Arivaldo Leite de Carvalho.
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