Brasil perde 40.821 empregos

Em relação ao mês de outubro, foi registrada uma queda de 0,13%. Essse declínio do emprego, parece indicar a presença dos efeitos negativos da crise financeira internaciona, diz ministro.

30/09/2015 18h59
Brasil perde 40.821 empregos
A8SE

Exatos 40.821. Este foi o número de empregos formais que o Brasil deixou de gerar em novembro passado, de acordo com os dados divulgados no último dia 22 pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. É a única queda registrada em um mês de novembro desde 2002. Em 2007, foram criados 124.554 empregos no mesmo mês.

Em relação ao mês de outubro, foi registrada uma queda de 0,13%. Tradicionalmente, os dados do Caged mostram que em novembro se verifica uma redução no ritmo de crescimento ou queda no emprego, comportamento esse influenciado por fatores sazonais conjugados com os movimentos conjunturais.

 Em novembro de 2008 esse declínio do emprego, além de refletir uma marcante sazonalidade, parece indicar a presença dos efeitos negativos da crise financeira internacional. Foi o que relatou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

 "Dezembro é um mês que tradicionalmente tem queda de empregos. A média dos últimos anos é de cerca de 300 mil negativos. No entanto, eu acredito que por efeito da crise, que acabou gerando temor nos empresários, novembro apresenta uma antecipação destas demissões. Portanto, espero que dezembro seja um negativo menor do que os anos anteriores e ao final de 2008 tenhamos o recorde de geração de empregos entre 1,8 milhão e 1,95 milhão de postos celetistas. Garantindo o maior resultado da história do Caged", destacou o ministro Lupi, lembrando que o recorde anterior fora em 2007, com 1,617 milhão de vagas formais criadas.

Nos últimos 12 meses, o montante de empregos criados atingiu 1.787.736 empregos formais (6,10%), resultado 10,4% acima do saldo anterior para semelhante período (dezembro a novembro), ocorrido em 2007 ( 1.619.313 postos de trabalho ou 5,85%).

Entre 2003 e 2008 foram gerados 8.375.918 postos de trabalho celetistas.Atualmente, o estoque de trabalhadores formais no país é de 31,07 milhões.

Setores de atividade econômica - Em termos setoriais, o desempenho de novembro foi determinado pela conjugação de movimentos distintos: expansão nos setores associados ao consumo de fim de ano (Comércio e Serviços) e queda nos demais setores, sobressaindo a Indústria de Transformação, Agricultura e Construção Civil. Tais desempenhos estão influenciados pela entressafra no centro-sul do país (cana-de-açúcar, café) e pelo período de chuvas, alimentados pelo contexto macroeconômico.

O Comércio respondeu pela criação de 77.886 empregos ou expansão de 1,15%, proveniente da criação de 71.580 postos ( 1,26%) no segmento Varejista e do aumento de 6.306 postos de trabalho ( 0,56%) no segmento Atacadista. O setor de Serviços, por sua vez, foi responsável pela geração de 39.296 postos de trabalho ( 0,32%), impulsionado principalmente pelos segmentos de Serviços de Alojamento, Alimentação e Reparação ( 14.662 postos ou 0,34%), de Serviços de Comércio e  Administração de Imóveis e Serviços Técnicos Profissionais ( 14.462 postos ou 0,46%) e dos Serviços Médicos Odontológicos ( 7.285 postos  ou 0,58%), o melhor resultado para o mês da série histórica do Caged.

A Indústria de Transformação registrou uma queda em novembro de 1,07% no contingente de assalariados com carteira assinada em relação ao mês anterior, resultante da perda de 80.789 empregos. Tal comportamento decorreu do declínio de todos os segmentos do setor, cabendo destacar a Indústria de Produtos Alimentícios e Bebidas (-13.524 postos ou -0,73%), Indústria de Material de Transportes (-11.634 postos ou -2,22%), Indústria Metalúrgica (-10.960 postos ou -1,44%) e Indústria de Calçados (-9.841 postos ou -2,95%).

Na Agricultura, a redução de 50.522 empregos (-2,97%) pode ser atribuída fundamentalmente à variável de cunho sazonal, uma vez que os resultados de novembro dos últimos três anos estão próximos do ocorrido em novembro de 2008. Em novembro de 2007, a variação foi de -43.105 postos (-2,59%), sendo de -50.757 postos (-3,12%) em novembro de 2006 e de -57.088 postos (-3,50%) em novembro de 2005.

A Construção Civil, após um período de expressivas taxas de crescimento, apresentou uma perda de 22.731 empregos ou redução de 1,24%. Este resultado pode ser justificado, em parte, pelo componente sazonal relacionado ao período de chuvas, já mencionado. Na série do Caged, com exceção do mês de novembro de 2007, no qual se verificou uma geração de 7.811 postos, nos demais meses se presenciou uma variação negativa que oscilou entre -3.515 postos em novembro de 2005 a -27.301 postos em novembro de 1998.

Fonte: MTE

 

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