Atingidos pela seca só recebem 50% das cestas básicas

30/09/2015 19h08
Atingidos pela seca só recebem 50% das cestas básicas
A8SE

O sertanejo é antes de tudo um forte`. A velha máxima escrita ainda em 1902 por Euclides da Cunha é melhor compreendida através de histórias como a de seu Sebastião Bezerra. Aos 91 anos, ele saiu de casa para buscar uma cesta básica. Na casa dele, onde moram outras quatro pessoas, já não há o que comer há algum tempo. "Parece pouco para quem tem comida na mesa. Para a gente que vê o gado morrer e que não sabe o que vai ter no prato no dia seguinte é uma fortuna", garante o sertanejo do povoado de Patos, em Poço Redondo.

Sertão (Foto:Lúcio Telles)

 

Assim como a cesta de seu Sebastião, outras 2.125 foram distribuídas pelo Governo do Estado durante toda esta quarta-feira, 8, em Poço Redondo. Desse total, foram destinadas 1.129 cestas para o povoado de Sítios Novos e 996 para o povoado Santa Rosa do Ermírio. "Além dos moradores dessas localidades, a população de povoados adjacentes também foram contemplados. Priorizamos os povoados rurais porque a população foi mais atingida pela seca", explicou Inácia Brito, diretora de Assistência Social da Secretária de Estado da Assistência, Inclusão e do Desenvolvimento Social (Seides).

A partir do decreto de situação de emergência pela prefeitura, a Secretaria de Ação Social de Poço Redondo ficou responsável pelo cadastramento de todas as famílias que receberiam os mantimentos. Somente no município a previsão é de que sejam distribuídas 4,6 mil cestas. Para receber os alimentos, o membro cadastrado leva documento de identidade, CPF e comprovante de residência.

Mais cestas

As cestas distribuídas em Poço Redondo fazem parte do programa de Segurança Alimentar da Seides e foram compradas com verbas da própria secretaria porque os municípios estavam em situação muito difícil. "As primeiras foram para Poço Redondo. Na próxima terça-feira, 14, queremos terminar a entrega das outras 2,5 mil cestas. Depois vamos para os municípios de Porto da Folha e Gararu", explicou a secretária de Estado da Inclusão Social, Ana Lucia Menezes.

Para esses municípios, os alimentos são provenientes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e distribuídas pela Defesa Civil adquiridas com dinheiro do Governo Federal. "Como os alimentos vieram em sacas, o pessoal da Conab local junto ao pessoal da Seides está fazendo a divisão", afirmou Inácia Brito.

Cestas básicas (Foto:Lúcio Telles)

 

Já com sua cesta em mãos, o morador do povoado de Lagoa do Canto José Francisco dos Santos contabiliza os benefícios de receber os mantimentos. "Tenho três filhos e na minha roça que planto milho e feijão já não nasce nem mato. Você imagina a situação? Pelo menos agora vamos ter um alívio", diz.

Plano Sertanejo

O Governo também está desenvolvendo uma série de ações para amenizar os problemas causados pela seca. Lançado no final de março pelo governador Marcelo Deda, o Plano Sertanejo envolve a criação de uma linha de crédito especial do Banese, para que agricultores da região poderão acessar recursos de até R$ 20 mil para adoção de medidas emergenciais em suas propriedades. A partir de um investimento de R$ 4,5 milhões, também foi autorizada a contratação de 95 mil horas de trabalho de tratores para que os pequenos agricultores possam preparar suas terras à tempo de aproveitar com maior eficiência a incidência das primeiras chuvas do outono.

Outro feito do Governo de Sergipe refere-se à liberação do pagamento do seguro-safra, que estava bloqueado devido a problemas burocráticos, prejudicando 2.876 famílias sergipanas em diversos municípios. A medida que irá liberar R$ 550 do seguro por família só foi efetivada graças à atuação do governador junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Fonte:ASN

 

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