AstraZeneca: especialistas alertam que deixar de tomar a vacina por medo de trombose é ainda mais arriscado

A chance da trombose acontecer em pacientes infectados com covid-19 é ainda maior do que os casos registrados por quem tomou a vacina

Por Redação Portal A8SE 16/04/2021 17h57
AstraZeneca: especialistas alertam que deixar de tomar a vacina por medo de trombose é ainda mais arriscado
R7.com

Nos últimos dias repercutiu na imprensa nacional e internacional casos de pessoas que tiveram efeitos colaterais devido a vacina AstraZeneca e a Johnson & Johnson. As duas são baseadas na mesma tecnologia e são suspeitas de causar um tipo raro de coágulo sanguíneo (trombose). Por conta disso, muita gente anda com medo de receber o imunizante.

Terezinha Francisca mora em Aracaju e tem 53 anos de idade. Perto de chegar sua vez de receber a dose, ela afirma que não vai tomar se for da AstraZeneca, pois ficou com medo após as notícias.

“Não tomo de jeito nenhum, já pensou eu ser um desses casos raros?”, destaca.

E assim como ela, outras pessoas também relatam o mesmo medo. Mas especialistas apontam que deixar de tomar a vacina pode ser ainda mais arriscado, e isso envolve diversos fatores.

Segundo o Portal R7.com, apesar de nada estar comprovado, esses problemas sanguíneos podem estar relacionados à técnica em que essas duas vacinas são baseadas.

“Ambas são chamadas de vacinas de "vetor viral": outro vírus é usado como portador, sendo modificado para carregar no organismo as informações genéticas que permitirão combater a covid-19. E as duas usam um tipo muito comum de vírus chamado adenovírus. A AstraZeneca optou por um adenovírus de chimpanzé, a Johnson & Johnson por um adenovírus humano”, explica a matéria.

Em relação a AstraZeneca, que é uma das usadas no Brasil, até 4 de abril, foram registrados 222 casos de tromboses atípicas em 34 milhões de injeções administradas no Espaço Econômico Europeu (que envolvem UE, Islândia, Noruega, Liechtenstein) e no Reino Unido, de acordo com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Isso resultou em 18 mortes (até 22 de março). As tromboses ocorreram dentro de duas semanas após a vacinação.

Entretanto, como acontece com qualquer outro medicamento, conhecer o risco não é suficiente. É preciso levar em consideração os benefícios proporcionados. Isso é chamado de relação risco-benefício.

“O risco da população em geral ter trombose é de 0,0015%, de ter por conta da covid-19 é de 0,02%. Mulheres que tomam anticoncepcional têm a chance de ter trombose de 0,04% e durante a gravidez é de 0,012%. Já a porcentagem pela vacina é de 0 ,0004%. As vacinas são seguras, salvam vidas e evitam internações. E a chance de ocorrer uma trombose pela vacina é ínfimo em relação ao benefício e a segurança que ela causa”, detalha o professor Lysandro Borges, coordenador da Força-Tarefa Covid-19 da UFS.

O imunizante AstraZeneca reduz o risco de hospitalização, doença grave e morte em cerca de 79%. Isso leva os especialistas a afirmarem que deixar de tomar a vacina é ainda mais perigoso.

“Não tenha medo de tomar a vacina, pois os eventos que ocorreram ainda estão sendo estudados e são pequenos em comparação a quantidade de pessoas que receberam a vacina e se salvaram”, reforça Lysandro.

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