27 milhões de brasileiros estão endividados

Pesquisa divulgada pelo Itau Card revela que o mercado de cartões de crédito atingiu, em outubro, faturamento de 19, 9 bilhões de reais. É o maior valor registrado no ano de 2008.

30/09/2015 18h59
27 milhões de brasileiros estão endividados
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Mais de 27 milhões de brasileiros estão na lista do Serasa. Enquanto isso, pesquisa divulgada pelo Itau Card revela que o mercado de cartões de crédito atingiu, em outubro, faturamento de 19, 9 bilhões de reais. É o maior valor registrado em 2008, e enquanto isso a inadimplência reina no Brasil e tem como principais vítimas as pessoas de baixa renda. Mas, afinal, por quê os brasileiros caem na tentação de utilizar vários cartões de crédito?

Nos grandes centros comerciais ou em pequenas galerias, os promotores de cartões carregam consigo uma prancheta e formulário de cadastramento. O trabalho desses profissionais é estimular consumidores a fazer cartões de crédito, e o discurso é universal. “Bom dia, tudo bem? Boa tarde, tudo bem? Ou boa noite, tudo bem? A gente aborda o cliente e oferece o cartão”, detalha a promotora de cartões de crédito, Jaqueline dos Santos, funcionária de um shopping da capital sergipana.

Os promotores de cartões de crédito recebem um treinamento completo. “Eu ofereço as qualidades do cartão, quantas vezes divide e as porcentagens de desconto, logo na primeira compra”, revela o promotor Rafael Nunes.

A estratégia é puro marketing. E para consumidores compulsivos, o difícil é driblar o uso abusivo dos cartões de crédito. A dona de casa, Vivian Cristina revela que já chegou a possuir até cinco cartões de crédito. "Tinha seis cartões de crédito. Já quebrei todos, mas, até hoje não consegui pagar tudo”, revela a consumidora acrescentando que é atraída pelas promoções.

O publicitário Matheus Felizola tem outra explicação para esse comportamento. “Os cartões de crédito tentam de alguma forma fazer com que o possível comprador guarde as preocupações para o momento de sua fatura. O consumidor acaba sendo encantado pela possibilidade de comprar aquele produto de forma partimentada, e isso pode gerar no final do mês um problema de orçamento familiar mesmo”, alerta o publicitário.

“A classe C no Brasil, que é essa classe que recebe de um a três salários mínimos, utiliza o cartão de crédito como capital de giro, já que essas pessoas normalmente não recebem dinheiro em uma data fixa”, analisa o publicitário Matheus Felizola. Esse capital de giro, mal utilizado, tem se tornado inimigo dos brasileiros e aliado do marketing acionado por empresas

 

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