Sem a presença dos Estados Unidos, os encontros desta semana entre governantes latino-americanos em Costa do Sauípe, na Bahia, acabaram representando um conjunto de vitórias para o regime cubano, liderado por Raúl Castro desde a renúncia de seu irmão, Fidel, em fevereiro deste ano.
Em sua primeira viagem como chefe de Estado para participar de fóruns internacionais, ele conseguiu na terça-feira a admissão de Cuba ao Grupo do Rio, que busca solucionar localmente os problemas da região, e, nesta quinta-feira, viu a cúpula da América Latina e do Caribe terminar com um pedindo pelo fim do embargo dos Estados Unidos à ilha, que dura 46 anos, e em favor da abertura de diálogo entre os dois países.
O presidente boliviano, Evo Morales, propôs que fosse dado um prazo para que os Estados Unidos levantassem o embargo, sob pena de os 33 países que participaram da cúpula retirarem seus embaixadores de Washington. Mas o anfitrião, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, que assume em 20 de janeiro de 2009, merece uma chance de mostrar qual será a política dele para a América Latina.
No entanto, ficou claro na cúpula que a América Latina e o Caribe estão enviando sinais a Washington de que as coisas começaram a mudar no que, durante décadas, foi considerado o "quintal" dos Estados Unidos.
"Há uma mudança na política externa da América Latina", disse o chefe de Estado hondurenho, Manuel Zelaya, um promotor do retorno de Cuba para dentro da Organização dos Estados Americanos (OEA), da qual foi expulsa em 1962.
A posição foi referendada por outros líderes, que consideram que não faz sentido a existência de uma OEA sem Cuba. Na quarta-feira passada, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, disse que o país "não tem expectativas, não trabalha nem perde o sono para ser membro da OEA.
Integração
Para avançar em um modelo concreto de integração, sem exclusões e que dê mais peso internacional à região, os países reunidos na Bahia lançaram as bases para a criação, no início de 2010, de um novo mecanismo que, segundo o presidente mexicano, Felipe Calderón, poderia se chamar União da América Latina e do Caribe.
A data apontada tem um alto valor simbólico, pois coincide com o bicentenário da independência de vários países latino-americanos, o que, para a maioria da região, deve definir um marco em seu rumo político.
"Tomara que possamos avançar e formar a União da América Latina e do Caribe nos 200 anos de nossa independência", afirmou Calderón em entrevista coletiva conjunta com outros oito chefes de Estado que participaram da cúpula.
Ele explicou que os líderes voltarão a se reunir em fevereiro de 2010 no México e se encontrarão novamente no ano seguinte na Venezuela, para "avançar verdadeiramente na grande aspiração latino-americana" de construir a unidade "sobre bases políticas, sociais, econômicas e culturais" que façam valer a força da região.
A criação da União da América Latina e do Caribe seria, segundo o líder mexicano, "um ponto culminante, muito importante nos 200 anos de independência da América Latina".
Crise
Os governantes também discutiram chegar a uma posição comum para a conferência sobre a crise financeira global que a ONU (Organização Nações Unidas), deve realizar na primeira metade de 2009.
"Não é hora para cortes no orçamento, para negar o papel do Estado", disse Lula. "Quando os mercados falham, a única coisa em que a sociedade acredita é o Estado".
As declarações do presidente aconteceram no mesmo dia em que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que os cortes de R$ 10,9 bilhões no Orçamento apresentado pelo governo ao Congresso não vão afastar a necessidade de fazer um contingenciamento de recursos no início do próximo ano.
Fonte: Folha OnLine
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