ONU suspende ajuda em Gaza após ataque israelense
O CICV acusou Israel de impedir o pronto acesso de ambulâncias à área atingida, e exigiu mais segurança para a retirada de feridos por parte do Crescente Vermelho Palestino.
Os serviços de saúde na Faixa de Gaza estão a ponto de entrar em colapso, enquanto as cargas de material médico se acumulam na fronteira, sem poder entrar no território, e o pessoal de saúde está exausto, após quase duas semanas atendendo feridos sem descanso, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS). A porta-voz da OMS, Fadela Chaib, disse que o colapso dos centros hospitalares é inevitável "se não forem tomadas medidas imediatas para reforçá-los e protegê-los".
Fadela afirmou que "não há camas suficientes camas nos serviços de emergência e unidades de terapia intensiva dos hospitais", as salas de operações são insuficientes e o pessoal não dá conta de atender as vítimas. Segundo fontes palestinas, cerca de 700 pessoas morreram nos 13 dias de conflito e mais de 3 mil foram feridas, dos quais um terço é de mulheres e crianças. A OMS disse que o Ministério da Saúde palestino informou sobre a morte de 21 trabalhadores por causa dos ataques, 30 ficaram feridos e 11 ambulâncias foram atingidas.
Em uma conferência por telefone de Jerusalém, o porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA), Christopher Gunness, disse que a suspensão por três horas diárias dos ataques é claramente insuficiente para atender a crise humana em Gaza. "O que acontece com as pessoas nas 21 horas restantes? Vimos famílias saindo apressadas de edifícios atingidos (pelos bombardeios) para conseguir um pouco de comida durante as três horas de cessar-fogo", disse. Gunness disse que é preciso um corredor humanitário permanente e que o cruzamento de fronteira de Karni (utilizado para a entrada de mercadorias a Gaza) seja aberto para a entrada da ajuda de emergência.
Equipes humanitárias encontraram quatro crianças famintas sentadas ao lado das suas mães mortas e de outros cadáveres em uma casa da Cidade de Gaza bombardeada por forças israelenses, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha na quinta-feira, acusando Israel de violar o direito humanitário internacional na região. O CICV acusou Israel de impedir o pronto acesso de ambulâncias à área atingida, e exigiu mais segurança para a retirada de feridos por parte do Crescente Vermelho Palestino. "Trata-se de um incidente chocante", disse Pierre Wettach, diretor do CICV para Israel e os territórios palestinos. "Os militares israelenses devem estar cientes da situação, mas não assistiram os feridos. Nem possibilitaram que nós ou o Crescente Vermelho Palestino assistamos os feridos", disse.
A equipe de resgate "encontrou quatro crianças pequenas ao lado das suas mães mortas em uma das casas. Elas estavam fracas demais para se levantarem sozinhas. Um homem também foi achado vivo, fraco demais para se levantar. Ao todo havia pelo menos 12 cadáveres sobre colchões". Em outra casa, a equipe encontrou 15 sobreviventes de um bombardeio israelense, sendo vários deles feridos. Três corpos foram achados em outra casa. Soldados israelenses postados a cerca de 80 metros de distância ordenaram que a equipe de resgate deixasse o bairro, o que o grupo se recusou a fazer, segundo a nota. O CICV disse ter informações também de que há mais feridos abrigados em outras casas destruídas da área.
Em termos mais fortes do que o habitual, a Cruz Vermelha, que é neutra nos conflitos, disse que Israel estaria violando o direito internacional. "O CICV acredita que, neste caso, os militares israelenses deixaram de cumprir sua obrigação, sob o direito humanitário internacional, de cuidar dos feridos e retirá-los. (O CICV) considera inaceitável a demora em autorizar o acesso dos serviços de resgate". Em uma resposta escrita, o Exército de Israel disse que realiza um trabalho coordenado com organismos de ajuda internacional para dar assistência aos civis e que "de nenhuma maneira atinge intencionalmente civis".
Uma ofensiva israelense contra o Hamas, iniciada em 27 de dezembro, está atraindo crescentes críticas da comunidade internacional devido ao elevado número de vítimas civis. Israel diz que a ação visa a impedir militantes islâmicos de dispararem foguetes contra o seu território.
Fonte: Estadão
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