Oficiais dizem que Kadima poderia formar coalizão com Likud

Livni insiste que pode atuar na oposição, mas partidários dizem que legenda exigiu importantes Ministérios

30/09/2015 19h03
Oficiais dizem que Kadima poderia formar coalizão com Likud
A8SE

Três dias depois das eleições - e com 100% dos votos apurados -, os israelenses ainda não sabem como será o novo governo. As negociações políticas avançam e parecem indicar que quem levará a melhor é o ex-premiê Binyamin "Bibi" Netanyahu, líder do partido de direita Likud, que ficou em segundo lugar, com 27 das 120 cadeiras do Parlamento. Assessores da sua rival, a chanceler Tzipi Livni, do partido de centro Kadima, admitiram que a legenda poderia participar de um governo de coalizão com Netanyahu em troca de Ministérios considerados chave no gabinete.

A decisão abriria caminho para Bibi ser o novo premiê, apesar de o Kadima ter conseguido 28 cadeiras no Parlamento. Segundo oficiais do partido, a legenda abriria mão da oposição para obter as pastas de Relações Exteriores - atualmente comandada por Livni -, e da Defesa para o atual ministro dos Transportes Shaul Mofaz, ou a chancelaria e a Educação.

Segundo o jornal Haaretz, nas reuniões dos últimos dias, Livni afirmou que não seria possível formar um governo de unidade real depois que Netanyahu formar uma coalizão com 65 das 120 cadeiras do Parlamento. Uma pessoa próxima a Netanyahu disse na quinta-feira que se o Kadima concordar em participar de uma coalizão sob o comando do líder do Likud, o ex-premiê abriria mão de um dos partidos que o apoiariam para não formar uma aliança de 93 cadeiras. Fontes do Kadima afirmam que Netanyahu teria problemas com a exigência dos centristas em ficar com a pasta da Educação, já que afirmou em campanha que o Likud cuidaria do Ministério.

Partidários do Kadima, porém, estão apelando para que Livni admita a derrota e se torne líder da oposição. "Ela está sendo pressionada a evitar acordos com a direita para não manchar sua imagem", revelou a rede de TV Canal 1. "Muitos ficarão mais felizes se ela lutar pela paz na oposição em vez de se unir a líderes cínicos", afirmou o escritor Yonatan Geffen.

Segundo o jornalista Ben Caspit, assessores de Livni teriam concluído que o mais inteligente a fazer agora seria deixar Netanyahu formar o próximo governo com a extrema direita. Um governo assim, acreditam os assessores, não sobreviveria à pressão dos EUA pelo avanço nas negociação de paz com os palestinos. "Se Livni deixar que Netanyahu se afunde num governo ultradireitista, será premiê depois dele", diz Caspit. "Ela só precisa de paciência."

Fonte: Estadão

 

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