Israelenses árabes protestam contra direita em meio a eleições

30/09/2015 19h03
Israelenses árabes protestam contra direita em meio a eleições
A8SE

 

Binyamin Netanyahu (esq.) vota em Jerusalém e Tzipi Livni vota em Tel Aviv; eles têm as maiores chances de chegar a premiê de Israel (AP)

Um grupo de israelenses árabes provocou tumulto devido à passagem do deputado Arieh Eldad, do nacionalista Ichud Leumi (União Nacional), pela cidade árabe de Umm el Fahem, nesta terça-feira, data em que o país realiza eleições parlamentares --os cidadãos elegem membros do Knesset (Parlamento) que, depois, elegerão o novo premiê.

 

Conforme a polícia, o deputado passava pela cidade escoltado por policiais quando cidadãos começaram a atirar pedras. No começo deste mês, Eldad, que é ex-chefe do grupo médico do Exército, foi à mídia com uma cobra nas mãos dizer que, após trabalhar com árabes no Knesset, ele não tinha mais medo.

O ativista Baruch Marzel, que atua como observador da eleição e que defende a expulsão de todas as pessoas de origem árabe de Israel, acabou impedido de ir à região.

Os israelenses árabes --que somam 20% da população do Estado-- ganharam destaque nas eleições desta terça-feira devido à ascensão, em pesquisas de intenção de voto, do direitista Avigdor Lieberman, Yisrael Beitenu (direita), que é acusado de racismo. Entre os projetos do candidato que causam polêmica está o de substituir os árabes, que atualmente são maioria na porção oriental de Jerusalém, por judeus.

Mesmo com o tumulto, as eleições são consideradas tranquilas. Os candidatos que estão na frente nas pesquisas, Benjamin Netanyahu, do Likud, e Tzipi Livni, do Kadima, circulam para tentar conquistar os indecisos, na última hora. Nesta segunda-feira (9), a taxa de indecisos era de quase 20% --a maior da história de Israel.

"Eu acabei de fazer o que todo cidadão de Israel devia fazer: sair de casa sob chuva ou não, sob frio ou não, ir ao local de votação, entrar na cabine, fechar os olhos e votar", disse Livni, depois de votar, em Tel Aviv.

Livni tenta chegar a premiê depois de falhar em negociar um governo de coalizão quando seu colega de partido, Ehud Olmert, renunciou, pressionado por denúncias de corrupção, no ano passado. O fracasso de Livni acarretou nas eleições antecipadas desta terça-feira e manteve Olmert no cargo até a escolha do sucessor.

Netanyahu, por sua vez, cresceu nas pesquisas especialmente após a ofensiva militar contra o grupo radical islâmico Hamas, na faixa de Gaza, que matou mais de 1.300 e feriu cerca de 5.000 palestinos. Por isso, ele disse, em entrevista ao jornal "Maariv", que o próximo premiê israelense precisa ter apoio amplo. "Israel não pode suportar crises domésticas supérfluas e uma liderança que é como uma carruagem com cavalos puxando em diferentes direções."

De qualquer forma, é pouco provável que o Likud de Netanyahu ou o Kadima de Livni tenham mais de 30 das 120 cadeiras no Parlamento, o que significa que, para serem eleitos premiês, ambos terão de fazer alianças com partidos menores. Um deles é o do ultradireitista Avigdor Lieberman, também candidato a premiê, que votou em um acampamento em Nokdim. "A chuva é uma benção. Israel precisa de muita chuva. Eu acho que as pessoas virão votar mesmo se houver um furacão."

Os locais de votação de Israel e territórios abriram às 7h (3h no horário de Brasília) e fecharão às 22h (18h de Brasília).

Os resultados oficiais serão divulgados nesta quarta-feira (18), e o Parlamento formado irá assumir, de forma interina, no próximo dia 2 de março.

Fonte: Folha OnLine

 

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