Israel expande incursão e ocupa segunda cidade em Gaza
Ofensiva israelense já deixou 560 mortos no território palestino; ataque aéreo mata três em escola da ONU

Tanques e tropas israelenses entraram na segunda maior cidade da Faixa de Gaza, Khan Yunis, pela primeira vez nesta terça-feira, 6. Apoiados por helicópteros de combate, os tanques disparam pesado armamento automático e canhões, de acordo com testemunhas. Oficiais da inteligência israelenses e oficiais militares estão impulsionando a continuidade da operação contra o território palestino até que esteja garantida a eventual queda do regime do grupo islâmico Hamas. Mais de 560 pessoas morreram desde o início da ofensiva israelense, há mais de uma semana, e outros 2.500 foram feridos.
A incursão teria ocorrido no distrito de Abassan al-Kabira, na parte leste da cidade. Se confirmada, esta seria a primeira vez que forças israelenses entram na fortaleza do Hamas desde a invasão do território, na noite do último sábado. Os combates mais fortes foram registrados no norte de Gaza, onde testemunhas afirmam ter visto bombardeios acompanhados por helicópteros e artilharia em terra e mar. Segundo Israel, a ofensiva militar foi iniciada após o Hamas violar uma trégua vigente havia seis meses. O objetivo é eliminar a capacidade de o grupo lançar foguetes contra o sul do país - dezenas foram lançados. O Hamas acusa Israel de ter desrespeitado a trégua antes ao matar seis militantes em novembro.
A Faixa de Gaza vive uma crise humanitária. Faltam alimentos, remédios, água e gás para o aquecimento das casas ao longo do inverno. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em muitas áreas. Um porta-voz da ONU disse que o secretário-geral, Ban Ki-moon, informou que a situação em Gaza "agravou-se dramaticamente" nas últimas 24 horas. Israel é acusado de não permitir o envio ajuda humanitária para aliviar a crise no território, que tem 1,5 milhão de habitantes em uma faixa costeira de 40 km de comprimento por 10 km de largura - crianças são mais de 50% da população. Os israelenses, que têm o controle aéreo e marítimo de Gaza, dizem que já liberaram a entrada de dezenas de caminhões com ajuda. O Egito mantém a sua fronteira fechada.
Disparos feitos de barcos no Mar Mediterrâneo mataram pelo menos dez palestinos nesta manhã em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza. Em Shajaiyeh, leste do território, tropas israelenses invadiram apartamentos e tomaram posição nos telhados. Segundo vizinhos, os moradores foram obrigados a deixar suas casas e os soldados confiscaram seus telefones celulares. Um ataque aéreo de Israel matou três palestinos em uma escola da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira, informaram funcionários médicos e autoridades da ONU. Centenas de palestinos buscaram refúgio na escola após fugirem dos violentos combates terrestres entre soldados israelenses e combatentes do Hamas no norte da Faixa de Gaza, informaram as autoridades.
Na última noite, três soldados israelenses foram mortos e 24 feridos, quatro deles gravemente, atingidos acidentalmente pelo disparo de um tanque. Esse foi o incidente mais sangrento envolvendo militares desde o início das operações terrestres em Gaza, no sábado. O Exército israelense afirmou ainda que matou 130 militantes desde sábado, indicio de que a cifra de mortos desde 27 de dezembro pode estar em torno de 700.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, chegou nesta terça a Damasco dentro da viagem pelo Oriente Médio que já o levou a Egito, Cisjordânia, Ramallah e Israel, para impulsionar uma trégua na Faixa de Gaza, informou a televisão oficial síria. Segundo a cadeia, durante sua visita de poucas horas à Síria está previsto que Sarkozy se reúna com o presidente sírio, Bashar al-Assad. O Conselho de Segurança da ONU discutirá sobre a situação em Gaza novamente nesta terça. Países árabes estão elaborando um projeto de resolução para apresentar ao CS, que exige o fim imediato da "agressão israelense" em Gaza. O esforço diplomático da Europa, de caráter emergencial, pretende negociar a suspensão imediata dos confrontos e a liberação da ajuda humanitária para a população civil palestina. Em um segundo momento, seria negociada a suspensão prolongada das agressões.
A ONU afirmou que mais de 1 milhão de pessoas em Gaza ainda estão sem eletricidade ou água e relatou que sua equipe está encontrando dificuldades para distribuir ajuda humanitária e ter acesso aos feridos. A organização disse ainda que diesel industrial é necessário para reabrir a principal usina de energia do território, que está fechada há uma semana. Dez transformadores foram danificados com os confrontos.
Queda do Hamas
A edição desta terça-feira do jornal britânico The Guardian aponta que oficiais da inteligência e militares israelenses estão pressionando para que a operação em Gaza continue até que esteja assegurada a eventual derrubada do Hamas, contando que a última semana de ofensiva tenha prejudicado a habilidade do grupo em governar.
Os serviços de inteligência apostam que o bombardeio israelense tenha mudado a opinião pública palestina sobre o Hamas, enfraquecendo o regime do partido islâmico. Oficiais geralmente relutam em afirmar que o ataque contra a Faixa de Gaza tem a intenção de forçar a saída do Hamas do poder, por conta da preocupação de que esse posicionamento prejudique a justificativa de que o país tem o direito de se defender e que a operação é uma medida defensiva para impedir o lançamento de foguetes contra comunidades do sul de Israel. O jornal aponta ainda que Israel quer que forças estrangeiras imponham ao Hamas que se submeta à autoridade do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, cujo partido foi expulso da Faixa de Gaza em junho de 2007.
Fonte: Estadão
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