Índia diz que governo do Paquistão teria ligação com atentado

Para premiê indiano, sofisticação do ataque em Mumbai pode ser fruto de apoio de agências oficiais do vizinho

30/09/2015 19h00
Índia diz que governo do Paquistão teria ligação com atentado
A8SE

Autoridades paquistanesas "devem ter tido" alguma participação nos ataques em Mumbai, afirmou o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, nesta terça-feira, 6. Singh também voltou a acusar o grupo militante sediado no Paquistão Lashkar-e-Taiba de ser o responsável pela ação. "Há prova suficiente para mostrar que, dada a sofisticação e precisão militar do ataque, ele deve ter tido o apoio de algumas agências oficiais no Paquistão", disse o primeiro-ministro indiano.

Uma nação predominantemente muçulmana, o Paquistão tem um governo civil relativamente novo e fraco, e acredita-se que as agências de inteligência locais tenham certo grau de independência e bastante poder. Singh não nomeou ninguém diretamente, porém o vizinho já culpou a Agência de Inteligência Paquistanesa (ISI) por ataques no território indiano nos últimos anos.

Singh ainda acusou o Paquistão de "fomentar a histeria da guerra" e criticou o que chamou de relutância do país para combater os militantes em seu território. O discurso foi feito um dia depois de a Índia entregar ao Paquistão evidências sobre militantes operando em seu território. O ataque em novembro deixou 164 mortos e as investigações teriam apontado que os 10 homens armados não poderiam ter realizado a matança sozinhos. "Infelizmente, não podemos escolher nossos vizinhos", disse o primeiro-ministro indiano. "Alguns países como o Paquistão no passado encorajaram e deram abrigo a terroristas e outras forças contrárias à Índia."

O ministro da Informação do Paquistão, Sherry Rehman, rebateu horas depois as declarações do primeiro-ministro indiano. Para o ministro, as acusações de Singh sobre um suposto vínculo entre a inteligência paquistanesa e os agressores apenas tiram a atenção dos esforços conjuntos para o combate ao terrorismo. O comunicado de Rehman não responde diretamente às acusações de Singh. Porém sustenta que comentários como esse apenas distanciam os países do "bastante real e presente perigo do terrorismo regional e global".

Fonte: Estadão

 

 

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