Epidemia de cólera atinge mais de 65 mil no Zimbábue em meio à crise política

30/09/2015 19h02
Epidemia de cólera atinge mais de 65 mil no Zimbábue em meio à crise política
A8SE

 

Zimbábue (AP)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira, em Genebra, que 65.739 pessoas estão contaminadas por cólera no Zimbábue, das quais 3.323 morreram desde o início da epidemia, em agosto do ano passado. A doença já ultrapassou o "pior cenário", segundo a organização, e deve piorar ainda mais diante da inexistência de um governo efetivo para combater a epidemia.

 

Apenas na segunda-feira passada, foram registrados 1.038 mil novos casos e 28 mortes. A doença está fora de controle, como demonstra a taxa de mortalidade que segue acima da barreira de 5%, de acordo com a OMS, organismo que considera um índice aceitável um dado inferior a 1%.

A temporada de chuvas favorece a propagação da doença, já que a epidemia se propaga pelas águas contaminadas e o transporte da ajuda de emergência torna-se mais difícil. A cólera pode ser facilmente prevenida com um bom sistema de saneamento básico.

Segundo a OMS, até metade dos 12 milhões de habitantes do Zimbábue podem ser contaminados com o bacilo de cólera em consequência das condições de insalubridade no país.

A epidemia já está se propagando nos países vizinhos, em particular na África do Sul, onde já foram registrados mais de 2.600 casos e 31 mortos.

A epidemia de cólera permanece sem controle no país enquanto o líder da oposição do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, e o ditador, Robert Mugabe, no poder desde 1980, não entrarem em acordo para formação de um governo de coalizão.

Na semana passada, Tsvangirai anunciou que seu partido aceitou integrar um governo de unidade nacional com Mugabe. O governo deve ser formado até meados deste mês. Em reunião para discutir a crise generalizada no país, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) pressionou governo e oposição a efetivar acordo de divisão de poder assinado em 15 de setembro do ano passado e estipulou prazo até 11 de fevereiro.

Desde que assinaram acordo de divisão de poder, após conturbadas eleições presidenciais sob denúncia de fraude e coerção, Mugabe e Tsvangirai não chegaram a um consenso sobre a divisão dos principais postos ministeriais.

Governo e oposição formaram na sexta-feira (30), em Harare, um Comitê Conjunto para o Seguimento e Aplicação dos acordos para criar um governo de coalizão. Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores da África do Sul, que lidera a SADC, afirmou que, com a ajuda do órgão regional, o comitê foi formado por quatro membros de cada uma das três partes do acordo entre governo e oposição.

Fonte: Folha OnLine

 

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