Desaparecidos podem aumentar número de mortos em incêndios na Austrália

Imagens de satélite da Nasa mostram a destruição dos incêndios na Austrália (AP)
O governador do Estado australiano de Victoria, John Brumby, disse nesta terça-feira que os 50 desaparecidos pelos incêndios florestais devem aumentar o número de mortos em ao menos 180 pessoas. De acordo com o governo, onda de calor é a pior em cem anos.
"Há ainda um grande número de pessoas, mais de 50, que os legistas acreditam que morreram, embora ainda não tenham sido encontrados seus corpos ou identificado seus cadáveres", afirmou Brumby.
Os legistas avisaram que é possível que alguns corpos fiquem sem identificação, já que o fogo acabou destruindo as digitais das pessoas.
"Quando se vê essas áreas do céu, é horrível. Em particular, a zona que rodeia as povoações de Kinglake e Marysville. Há centenas e centenas de casas totalmente destruídas, portanto o número [de mortos] continuará crescendo", afirmou Brumby, em coletiva de imprensa concedida após visitar a região de Mudgegonga, em Victoria.
Somente na zona à qual Brumby se referiu, as de Kinglake e Whittlsea, ao menos 147 pessoas morreram. O número oficial de mortos é de 173 em todo o Estado. De acordo com autoridades locais, as condições climática adversas estão atrapalhando a medição exata da catástrofe.
Vários corpos foram encontrados em carros abandonados e existem suspeitas que ao menos 400 focos de incêndios podem ter sido causados por criminosos. Segundo investigações da polícia, nesta terça-feira as autoridades deverão indiciar os suspeitos de terem causado incêndios e matado 21 pessoas.
O fogo próximo a cidade de Melbourne, a segunda maior cidade do país --com quatro milhões de habitantes-- destruíram mais de 750 casas, deixando 5.000 pessoas sem casa e destruindo 2.850 quilômetros de mata.
O governo promete reforço no combate aos incêndios, com a convocação de equipes de reforço e voluntários, mas autorizou a população a tentar combater o fogo. No Estado da Victoria, não há nenhum alerta formal --como mensagens de texto ou ligações-- para avisar a população da aproximação dos incêndios, no entanto, os bombeiros têm atualizado o site com orientações para os moradores da região se defenderem em caso de perigo.
O serviço também é disponibilizado pelo rádio. No caso de piora dos incêndios, como no último sábado (7), os bombeiros emitem um alerta com sirenes, e-mails e outras medidas, caso nenhum dos outros sistemas funcionar. O primeiro-ministro do Estado da Victoria, John Brumby, afirmou que um serviço nacional de emergência contra o fogo deveria ser considerado pelas autoridades nacionais.
Brumby afirmou ter conversado com o primeiro-ministro, Kevin Rudd, sobre a necessidade da medida há alguns meses.
Ajuda internacional
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou nesta terça-feira para Rudd a fim de oferecer a ajuda no combate aos incêndios. Segundo a agência de notícias australiana AAP, mais de 30 especialistas americanos estão preparados para embarcar com destino à Austrália.
A mesma fonte assegurou que um pedido formal de assistência, requisito indispensável para que os especialistas deixem os EUA, deve ocorrer nas próximas horas.
Uma longa lista de líderes de todo o mundo ofereceram condolências ao primeiro-ministro australiano pelas mais de 170 mortes no sudeste do país devido aos incêndios.
Rudd disse no Parlamento ter recebido telefonemas do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, do chefe de governo neozelandês, John Key, do presidente da Comissão Europeia (CE, órgão executivo da UE), José Manuel Barroso, e do secretário-geral da ONU (Organizações das Nações Unidas), Ban Ki-moon.
O primeiro-ministro afirmou que a Austrália recebeu mensagens de Brasil, Cuba, França, Indonésia, Japão, México, Paquistão, Turquia e Cingapura, entre outros.
Rudd disse que a Austrália agradece todas as ofertas de apoio, pois muitos desses países tinham oferecido ajuda prática ou financeira. "Todos os cidadãos de Victoria e todos os australianos devem saber que neste momento trágico não estamos sós", afirmou.
Fonte: Folha OnLine
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