Condições extremas e queda: confira causas das mortes de argentinos nos Andes
Ignacio Lucero, Raúl Espir e Sergio Berardo foram encontrados mortos a mais de 5.600 metros de altitude após dias desaparecidos

Os três argentinos que se perderam quando escalavam a montanha Marmolejo, na cordilheira dos Andes, e foram encontrados mortos na segunda-feira (4) podem ter morrido após uma queda, segundo informações preliminares de autoridades que investigam o caso.
Os detalhes sobre o que aconteceu só virão à tona após a patrulha montanhosa dos Carabineros — a polícia do Chile — retirar os corpos e averiguar o que teria causado a morte.
Gonzalo Furtes, vice-comissário da Patrulha de Resgate da Polícia de Mendoza, disse ao jornal argentino Clarín que uma queda seria a "única alternativa" possível diante da morte de Ignacio Lucero, Raúl Espir e Sergio Berardo.
"Para que os três tenham morrido, a única alternativa é a queda", afirmou Furtes.
Os argentinos faziam parte de um grupo de seis montanhistas que partiu para a aventura em 25 de novembro com objetivo de chegar ao topo da Marmolejo.
O grupo se dividiu poucos dias depois, e, no dia 28 de novembro, as três vítimas perderam contato com os demais. Um helicóptero particular foi usado para vistoriar o acampamento, a cerca de 4.800 metros de altitude, mas encontrou apenas barraca vazias.
No último sábado (2), os outros três membros do grupo desceram da montanha e abriram um protocolo de desaparecimento na polícia chilena.
Dois dias depois, na segunda-feira (4), equipes de emergência chilenas encontraram os três corpos. Os cadáveres dos argentinos foram encontrados a 5.600 metros de altitude.
"Na geleira todos devem viajar unidos por uma corda. Se um caiu, é provável que os outros não tenham conseguido impedir a queda. Mas teremos que esperar pela informação oficial", acrescentou Furtes.
Temperaturas abaixo de -10ºC e fortes ventos dificultaram a busca das vítimas e condicionaram o resgate dos corpos, que só devem ser recuperados nesta quarta-feira (6).
Fuertes explica que a junção dos dois fatores pode ser um elemento de risco. O frio extremo impacta o organismo de diversas maneiras, podendo causar desde sintomas leves, como dor de cabeça, até sintomas graves, como confusão mental e diminuição do estado de consciência.
A altitude também é outro fator de risco, uma vez que impacta diretamente na capacidade pulmonar. A capacidade de absorver oxigênio diminui à medida que a pressão atmosférica aumenta. Na altitude do nível do mar, o pulmão de uma pessoa saudável funciona 100%. Já no topo da montanha do Aconcágua, por exemplo, que ultrapassa 6.900 metros de altitude, essa capacidade cai para 37%.
Aqueles que se aventuram a escalar grandes altitudes — como é o caso da montanha Marmolejo, que tem 6.108 metros — também devem ter um intenso preparo prévio, conforme explica o chefe da patrulha policial do Aconcágua, Marcos Páez, ao Clarín.
Páez afirma que são necessários entre sete meses e um ano de treinamento antes de tentar escalar o topo de uma montanha dessa altura.
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