China se diz pronta para encerrar hostilidades com Taiwan
Premiê chinês afirma que Pequim reforçará cooperação econômica para reagir contra a crise financeira
30/09/2015 19h05
Premiê chinês discursa durante a Assembleia Nacional Popular (AP)
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou nesta quinta-feira, 5, que a China está pronta para "manter conversas sobre assuntos políticos e militares", pôr "fim às hostilidades e concluir um acordo de paz entre os dois lados do Estreito de Taiwan". "A China reforçará a cooperação econômica com Taiwan para responder coletivamente à crise financeira global", assinalou o primeiro-ministro em seu discurso sobre o trabalho do governo em 2008 e os objetivos para 2009, no Grande Palácio do Povo. Os governos chinês e taiwanês, em conflito desde 1949, se encontram em um momento de melhora de relações, o que coincide com a chegada ao poder da ilha do Partido Nacionalista Kuomintang (KMT). Wen afirmou que a China promoverá "ativamente" a cooperação financeira através do Estreito de Taiwan e "apoiará o desenvolvimento" das empresas criadas em Taiwan que operam na China. O premiê também fez uma chamada para reforçar a cooperação na indústria e na agricultura entre os dois lados do estreito, incluindo Fujian e outras províncias orientais chinesas onde Taiwan tem concentrado seu investimento. Wen reconheceu que os maiores progressos nas relações entre China e Taiwan tinham ocorrido em 2008, já que agora os dois lados desfrutam de "trocas pessoais mais frequentes, melhores laços econômicos, além de intercâmbios culturais mais ativos". Taiwan reagiu com cautela perante a oferta chinesa de acordos de paz e cooperação política. Tony Wang, porta-voz do presidente taiwanês, Ma Ying-jeou, disse que a ilha procura acordos de paz e cooperação política, mas apenas depois da normalização dos laços econômicos. "A postura oficial é dar prioridade aos acordos econômicos e manter a atual situação política, até que chegue o momento oportuno", apontou. O próprio presidente já havia assegurado aos taiwaneses que a projetada cooperação econômica com a China não tocaria o tema da soberania e que não constituía um passo para união. No aspecto militar, o porta-voz presidencial disse que "um acordo de paz beneficiaria ambas as partes", mas também frisou que antes é preciso negociar sobre assuntos civis e econômicos. O presidente taiwanês iniciou, desde sua posse em maio de 2008, uma aproximação à China, na busca da distensão militar e do fim da hostilidade diplomática. O líder taiwanês também declarou uma trégua na concorrência por aliados diplomáticos entre China e Taiwan, e procura assinar mais acordos econômicos a curto prazo.Fonte: Estadão
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