Amputados por terremoto na China precisam de tratamento e verbas

30/09/2015 19h03
Amputados por terremoto na China precisam de tratamento e verbas
A8SE

Gong Guilin perdeu as duas pernas sob os escombros da sua escola após o devastador terremoto de 2008 na China. Mas esse fã de basquete se considera um rapaz de sorte.

Mais de 7.000 sobreviventes do sismo de 12 de maio tiveram algum membro amputado, e muitos foram atendidos em hospitais onde os serviços de próteses e reabilitação estão bastante abaixo dos melhores padrões internacionais.

Gong, porém, recebeu próteses avançadas em Chengdu, capital da Província de Sichuan, e deu seus primeiros passos em agosto. As próteses foram pagas com dinheiro público de Hong Kong, onde ele está agora com dois outros amputados, além de médicos e autoridades, para despertar a conscientização sobre a falta de apoio e verbas para os amputados.

"Fiquei preso com três colegas de classe mortos, caídos sobre o meu corpo. Tive muita sorte de estar vivo, e realmente espero jogar basquete outra vez", disse o rapaz de 20 anos a jornalistas.

O terremoto matou mais de 80 mil pessoas e deixou milhões de desabrigados no sudoeste chinês.

Li Yuanfeng, presidente do Hospital Popular Provincial de Sichuan, disse à Reuters que a tecnologia de reabilitação em Hong Kong é muito mais avançada no que no resto da China.

"Mais de 100 mil pessoas ficaram feridas e precisam de reabilitação", disse ele. "No nosso hospital, temos 56 sobreviventes gravemente feridos que precisam de terapia talvez pela vida toda, gente que tem lesões cerebrais, que está em estado vegetativo ou que está paralisada."

K.M. Chan, professor de Ortopedia e Traumatologia no Hospital Príncipe de Gales, em Hong Kong, disse que é especialmente importante adaptar próteses modernas a jovens amputados.

"Se as crianças não receberem próteses de alta tecnologia, leves e estáveis, não as usarão. Após um ano, se não forem submetidas à reabilitação adequada, vão usar uma só perna para sempre", disse Chan, que lançou um programa de próteses e fisioterapia em Sichuan logo após o terremoto.

"A China fabrica próteses há muito tempo, mas há uma tecnologia mais nova", acrescentou.

Uma prótese chinesa custa cera de 3.000 yuans (366 dólares), mas o produto é pesado e relativamente rígido, segundo Chan. As próteses que Gong recebeu custam 50 mil yuans (6.000 dólares) cada.

Fonte: Reuters

 

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