Espaço Zé Peixe recebe exposições de peças africanas e de povos de terreiro

Como parte da programação realizada pelo Governo de Sergipe para celebrar o mês da Consciência Negra, na tarde da última terça-feira (19), parte de um acervo com peças oriundas do continente africano foram expostas ao público, no Espaço Zé Peixe. As exposições Art In África e Orixás do Ilê Axé Obafanidê, promovidas pela Secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência Social e do Trabalho (Seit) através do Espaço, contam com peças integrantes do acervo do Ilê Axé Obafanidê e do acervo pessoal de Guga Viana, produtor cultural da casa, estando abertas à visitação do público até o dia 30 de novembro, das 07h às 19h.

De acordo com ele, o acervo completo é composto por cerca de 3 mil peças, reunidas durante os 15 anos em que residiu nos países africanos. “Durante o período que eu vivi na África, em vários países, sempre tive o olhar sobre a cultura local. Trouxe essa coleção para o Brasil e nós estamos apresentando para o público sergipano para dar informação e proporcionar outro nível de conhecimento sobre o continente africano, sem esquecer que temos grande parcela da nossa cultura e da nossa ancestralidade oriundas de lá”, afirmou Guga Viana.
Para esta ocasião, ele afirma ter escolhido dar destaque às peças trazidas da Nigéria, um dos países em que viveu. A exposição conta com objetos em tecelagem, estátuas que representam os orixás, esculturas, entre outros artefatos. Além da exposição, o Espaço receberá também apresentações de capoeira, afoxé e rodas de conversa ao longo do mês, com o intuito de ampliar o conhecimento dos visitantes do ponto turístico sobre a cultura africana e afro-brasileira.
Uma das primeiras a prestigiar a montagem da exposição Arte in Africa foi a professora Yeda Pessoa de Castro. Doutora em línguas africanas pela Universidade Nacional do Zaire e membro da Academia de Letras da Bahia, ela está de passagem por Aracaju e visitou o Espaço Zé Peixe. “Nós temos um legado linguístico e cultural de matrizes africanas e, desde pequena, me interessei por esses assuntos, pude visitar e morar na África, estudar a língua Bantu, e acho que expor esse acervo é uma forma de celebrar a nossa ancestralidade, toda essa riqueza cultural que esse continente carrega e trouxe ao Brasil, através de práticas religiosas, hábitos, culinária, dança, música, entre tantas outras”, destacou.
“Isso é extremamente importante e enriquecedor porque as pessoas normalmente têm acesso à cultura em espaços que geralmente são mais elitizados, e o [Espaço] Zé Peixe é mais popular, mais acessível a todas as pessoas. É a disseminação do conhecimento através da arte, num mês que é muito significativo para nós, negros, e que traz uma reflexão sobre esse processo do racismo e traz também outras perspectivas de produção cultural e da arte produzida pelos negros. Isso é muito importante”, disse Iyá Sônia Oliveira, referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais da Seit.
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