Sergipe assina acordo para zerar desmatamento nas áreas de Mata Atlântica

30/09/2015 22h45
Sergipe assina acordo para zerar desmatamento nas áreas de Mata Atlântica
A8SE

A Fundação SOS Mata Atlântica lançou nesta semana a carta conjunta “Nova História da Mata Atlântica”, documento proposto que apresenta o compromisso de 15 dos 17 Secretários de Meio Ambiente de estados da Mata Atlântica, entre eles Sergipe, para a ampliação da cobertura florestal nativa. A meta é zerar o desmate ilegal do bioma até 2018.


Para Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, é possível zerar o desmatamento ilegal muito antes do prazo defendido pelo governo federal. “Até agora, pelo menos 15 de 17 secretários de meio ambiente de Estados da Mata Atlântica já se comprometeram a zerar o desmatamento ilegal até 2018. Além disso, a meta de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares é pouco ambiciosa. Apesar de ser uma meta fraca, a realidade atual indica que ainda será difícil de atingi-la”, ressalta Mantovani.


São signatários da carta os secretários de Meio Ambiente dos Estados de Sergipe, Olivier Ferreira das Chagas; de Alagoas, Claudio Alexandre Ayres da Costa;  da Bahia, Eugênio Spengler; do Ceará, Artur Vieira Bruno; do Espírito Santo, Rodrigo Marques de Abreu Júdice; de Minas Gerais, Luiz Sávio de Souza Cruz; da Paraíba, João Azevêdo Lins Filho; do Paraná, Ricardo José Soavinski; de Pernambuco, Sérgio Xavier; do Piauí, Luiz Henrique Sousa Carvalho; do Rio de Janeiro, André Corrêa; do Rio Grande do Norte, José Mairton França; do Rio Grande do Sul, Ana Maria Pellini; de São Paulo, Patrícia Faga Iglecias Lemos; e de Santa Catarina, Carlos Alberto Chiodini. Não assinaram o documento, mas ainda podem aderir ao compromisso os Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.


“É fundamental esse compromisso formal dos secretários em defesa da Mata Atlântica, Patrimônio Nacional, que agora precisa ser refletido em ações práticas de conservação da rica biodiversidade do bioma em Unidades de Conservação públicas, com incentivos à criação de mais Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), benefícios a quem preserva florestas naturais por meio do Pagamento por Serviços Ambientais, ICMS-Ecológico e outros mecanismos já existentes no país”, explica Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.


Mata Atlântica em SE


Segundo informações apontadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), cerca de 7% da vegetação original no Brasil está bem conservada em fragmentos acima de 100 hectares.  Em Sergipe, somente o Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco possui 894,76 hectares. Além dele, o Morro do Urubu possui 213,872 hectares e a APA Litoral Sul 50 mil, que incluem, ainda, florestas e ecossistemas anexos, como dunas, lagoas, manguezais e matas de restinga.


“Apesar de representativo na atualidade, toda essa extensão representa apenas 0,1% da cobertura original que já existiu. Essa degradação é fruto de um processo histórico, iniciado desde o período de colonização”, conta a bióloga Augusta Barbosa.


No Estado o bioma preserva mais de 100 espécies florísticas, 20 de anfíbios, 18 de répteis, 134 de aves e 23 espécies de mamíferos. A Mata Atlântica abriga, ainda, o macaco Guigó, um primata que só existe em Sergipe e no norte da Bahia, e o pássaro rendeira dos olhos de fogo que estão ameaçados de extinção.


Nacionalmente, um dos fatores que tem contribuído para a preservação do bioma é a promoção de políticas públicas em todas as esferas. Para o secretário de Estado do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, a partir da regulamentação de leis de proteção e da criação de espaços como as unidades de conservação, é possível estabelecer uma relação da população com o meio ambiente e desenvolver o interesse pelo cuidado.


“Não poderia me furtar de assinar esse documento, e mais que isso, assumir esse compromisso com o nosso Estado, de zerar o desmatamento. Temos que zerar e ampliar a área. Além disso, precisamos investir muito em Educação Ambiental. Não há como realizar todo esse investimento, sem pensar na educação ambiental, não estaremos fazendo nada”, explicou o Secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas

 

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