Mercado financeiro eleva previsão da inflação de 4,63% para 4,71%
Projeção de expansão da economia está em 3,22% este ano
Uma pesquisa divulgada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (2), apontou que a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,63% para 4,71% este ano.
Segundo o BC, a estimativa para 2024 está acima do teto da meta de inflação. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, ou seja, o CMN não precisará mais definir uma meta de inflação a cada ano. O colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
De acordo com o IBGE, em 12 meses o IPCA acumula 4,76%. A inflação de novembro será divulgada pelo instituto no próximo dia 10. Em outubro, puxada principalmente pelos gastos com habitação e com alimentos, a inflação no país foi de 0,56%, após o IPCA ter registrado 0,44% em setembro.
Juros básicos
O Banco Central usa a Selic, atualmente em 11,25% ao ano, como principal instrumento para controlar a inflação. Recentes incertezas econômicas e a alta do dólar levaram o Comitê de Política Monetária (Copom) a acelerar o aumento da taxa. Após um ciclo de cortes entre 2022 e 2023, a Selic voltou a subir em setembro.
A próxima reunião do Copom está marcada para 10 e 11 de dezembro, deve trazer novo aumento, com previsões de que a taxa encerre 2024 em 11,75% e alcance 12,63% em 2025, antes de recuar para 10,5% em 2026 e 9,5% em 2027.
Juros altos visam conter a demanda, encarecendo crédito e estimulando a poupança, mas podem dificultar o crescimento econômico. Por outro lado, cortes na Selic tornam o crédito mais acessível, incentivando consumo e produção, mas reduzem o controle da inflação.
PIB e câmbio
A projeção para o crescimento da economia brasileira em 2023 subiu de 3,17% para 3,22%. No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior e 3,3% em comparação ao mesmo período de 2023, segundo o IBGE.
Para 2025, a previsão é de crescimento de 1,95%, enquanto 2026 e 2027 devem registrar alta de 2% ao ano. Em 2023, o PIB cresceu 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões, superando as expectativas.
A cotação do dólar é estimada em R$ 5,70 para o fim de 2023 e R$ 5,60 para 2025.
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