Mensaleiros aprovados pelas urnas já são oito
José Borba (PP), que renunciou ao mandato de deputado, foi eleito para a prefeitura de Jandaia do Sul

Na noite do dia 31 de dezembro, o ex-deputado federal José Borba, um dos 40 réus do mensalão, posou orgulhoso para fotos enquanto ostentava, atravessada em seu peito, a faixa vermelha, verde e branca de Jandaia do Sul, cujo eleitorado lhe deu 5.516 votos (43,16% dos votos válidos)em outubro passado. Agora no PP, Borba é o oitavo "mensaleiro" aprovado pela população nas urnas.
O novo prefeito de Jandaia do Sul, quando liderava o PMDB na Câmara, em 2005, sacou R$ 1,1 milhão das contas do publicitário Marcos Valério, operador do mensalão. Em nota lida no plenário, confessou que discutia com Valério a nomeação de peemedebistas para cargos no governo. Com o escândalo, deixou o PMDB e renunciou ao cargo de deputado para fugir à cassação.
Em 1977 Borba se elegeu vereador de Jandaia do Sul pela Arena. Em 1992, foi prefeito pela primeira vez. O segundo mandato, agora, tem claros toques de recomeço.
Sua campanha custou pouco menos de R$ 40 mil, segundo informações que prestou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Declarou-se pecuarista e dono de R$ 300 mil em bens, mas não listou, entre eles, nenhuma cabeça de gado ou terras. Nos próximos quatro anos ele ganhará cerca R$ 8 mil mensais.
Borba administrará em 2009 um orçamento de R$ 22 milhões, além de um repasse anual de R$ 7 milhões, do Fundo de Participação dos Municípios. Liberações de verbas ministeriais podem somar mais R$ 7 milhões.
Esses recursos, segundo jandaienses, são fruto da influência que o ex-deputado ainda mantém no governo. Ele acalenta o sonho de voltar à Câmara em 2012.
A Prefeitura de Jandaia do Sul, primeira a ser comandada por um réu do mensalão, começou a funcionar na última terça-feira, após os feriados do fim do ano, mas o prefeito não foi localizado, apesar dos muitos recados deixados com seu sobrinho e assessor, Miller Borba.
MAIS SETE
Com Borba, chega a oito o número de réus do mensalão que continuam a ocupar cargos públicos eletivos. Há mais sete deputados, que mesmo em meio ao escândalo, amealharam votos suficientes e conseguiram alcançar a reeleição em 2006.
Os federais Sandro Mabel (PR-GO), Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP), José Mentor (PT-SP), Vadão Gomes (PP-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Paulo Rocha (PT-PA) conseguiram retornar à Câmara, apesar de serem também réus do processo do mensalão, que está no Supremo Tribunal Federal (STF).
Romeu Queiroz (PTB-MG), Professor Luizinho (PT-SP), João Magno (PT-MG) e Josias Gomes (PT-BA), todos ex-deputados e réus no processo, não participaram das eleições municipais.
Fonte: Estadão
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