Lula quer Amorim em agência atômica
Plano do governo é esperar fracasso nas negociações para lançar o ministro como candidato de consenso

O desinteresse do Brasil em apresentar candidatura própria para a sucessão na Unesco encobre uma nova ambição da diplomacia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: alçar o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para a posição de diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Ainda informal, a candidatura de Amorim está assentada na aposta de que vai fracassar a nova rodada de discussões na AIEA, iniciada na madrugada de ontem, para fechar o nome do sucessor de Mohamed El Baradei. O sucesso dessa empreitada levará Amorim a se desligar do governo Lula antes do fim do mandato para assumir, em Viena, o posto que El Baradei deixará em 30 de novembro deste ano.
O cargo na AIEA permitiria a ascensão do chanceler, diplomata há 44 anos, à condução de um dos mais conceituados organismos internacionais, com 146 países-membros, em um momento desafiador para a não-proliferação de armas nucleares. Igualmente daria um destino de alto nível para Amorim, que nos últimos seis anos conquistou a total confiança do presidente Lula.
BOM TRÂNSITO
Do ponto de vista do Itamaraty, o chanceler é considerado um dos raros nomes capazes de atrair o apoio de dois terços do conselho da agência, composto por 35 países. Conta a seu favor o bom trânsito com partes opostas nos debates sobre as questões nucleares, como os Estados Unidos e o Irã.
Depois do fracasso das seis tentativas do conselho da AIEA de chegar a um nome para a sucessão do diretor-geral, a agência reiterou, nos primeiros minutos de ontem, a lista original com cinco candidatos. Dois deles já se mostraram incapazes de aprovação nas votações anteriores - o japonês Yukiya Amano e o sul-africano Abdul Samad Minty.
Os outros concorrentes são o ex-ministro da Defesa da França Jean-Pol Poncelet, proposto pela Bélgica, o esloveno Ernest Petric e o espanhol Luis Echávarri. O processo de escolha se estenderá por quatro semanas.
Se nenhum dos candidatos obtiver os 24 votos necessários, novos nomes poderão ser admitidos. Nesse momento, Amorim deve ser lançado pelo Brasil com a publicidade de "candidato de consenso". A estratégia de apresentar seu nome apenas ao final de um processo desgastante e frustrado de escolha vem sendo seguida com cuidado pelo Itamaraty. Uma das decisões vinculadas a esse objetivo foi a abertura de uma representação do Brasil diante da AIEA, desconectada da embaixada em Viena.
Outra decisão relevante foi a negativa do Brasil em apresentar uma candidatura própria para a Unesco, apesar das pressões internacionais para que o fizesse. Nesse caso, conquistar a posição de comando da Unesco implicaria na necessária renúncia, pelo governo brasileiro, de postos de liderança em outros organismos internacionais, como a AIEA.
O governo brasileiro dispunha de dois candidatos considerados fortes para a disputa pela direção-geral da Unesco - o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o atual vice-diretor-geral do órgão, Márcio Barbosa. Mas preferiu apoiar o mais polêmico dos nomes em jogo, o do ex-ministro de Cultura do Egito Farouk Hosni, que se notabilizou pela defesa da queima dos livros em hebraico das bibliotecas de seu país.
Fonte: Estadão
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