Lula demite Ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso

Por Redação A8SE e Agência Brasil 07/09/2024 09h32
Lula demite Ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Na noite dessa sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

"O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual", informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

"Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi", afirma. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Em nota, o ex-ministro informou que ele mesmo pediu que o presidente Lula o demitisse, "a fim de conceder liberdade e insenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e aconher toda e qualquer vítima de violência".

"Sou o maior interessado em provar minha inocência. Que os fatos sejam postos para que eu possa me defender dentro do processo legal", finalizou Silvio Almeida.

Lula nomeou a ministra Esther Dweck para exercer interinamente o cargo. Ela vai acumular temporariamente a função com a de ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos até a definição de um novo titular para o MDHC, informou o Palácio do Planalto, em nota à imprensa.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde dessa quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too Brasil.

Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

Entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A ministra também se manifestou sobre o caso nas suas redes sociais.

"Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi", afirmou em nota.

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